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São Paulo (Folhapress) – Após três dias consecutivos de queda, o dólar comercial encerrou ontem em alta de 0,82%, vendido a R$ 2,195. A divisa norte-americana chegou a ser vendida a R$ 2,20, mas operou em baixa durante toda a manhã. Segundo analistas, trata-se de um movimento de ajuste em relação às quedas dos últimos dias. "Não é uma reversão de tendência", afirma Hélio Osaki, analista do Banco Rendimento.

O Banco Central (BC) voltou a atuar ontem no mercado e realizou leilão de compra de dólares no mercado à vista e leilão de swap cambial reverso. No leilão de compra de dólares no mercado à vista, o BC aceitou sete propostas feitas por quatro bancos, segundo relato de operadores. A taxa de corte do leilão definida pela autoridade monetária foi de R$ 2,196.

No leilão de "swap cambial reverso", operação que tem o efeito de uma compra de dólares no mercado futuro, o mercado comprou o equivalente a US$ 587,2 milhões em 12.300 dos 12.500 contratos que haviam sido ofertados.

Para o analista da Novação Corretora, José Roberto Carreira, os leilões não tiveram efeito sobre a apreciação do dólar. "O BC veio para mercado como ele vem vindo todos os dias, não fez diferença", disse. Segundo Carreira, o nível baixo do dólar nos últimos dias motivou investidores a comprarem moeda e provocou o "efeito manada".

Bovespa

A Bolsa de Valores de São Paulo encerrou os negócios de ontem com queda de 1,40%, aos 32.756 pontos. O volume financeiro negociado na Bovespa somou R$ 1,876 bilhões. Segundo analistas, o Ibovespa (índice da Bolsa de Valores de São Paulo) sofreu um movimento de ajustes e de realização de lucros, ao mesmo tempo que os investidores ficaram menos otimistas acerca dos rumos dos juros no Brasil e nos Estados Unidos na próxima semana.

O risco-país brasileiro – espécie de termômetro da confiança dos estrangeiros na capacidade de o Brasil honrar suas dívidas – registrou alta de 0,32%, aos 317 pontos. Segundo analistas, os investidores trocaram o recente entusiasmo pela expectativa de fim de ciclo de alta de juros nos Estados Unidos pela cautela. O motivo foi a declaração do presidente do Fed (Federal Reserve, o BC americano), Alan Greenspan, sobre a neutralidade dos juros, que não foi bem recebida. Greenspan disse que "é impossível saber com algum grau de certeza quando as taxas de juros alcançaram a neutralidade, do ponto onde elas nem precisem desaquecer ou estimular toda a atividade econômica".

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