Os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) registraram fraca variação nas taxas nesta quinta-feira, encerrando o pregão da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM & F) sem uma direção única. De modo geral, os juros futuros acompanharam a oscilação do mercado acionário norte-americano, uma vez que o principal evento local não trouxe novidades. A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), quando a taxa Selic foi reduzida de 13% para 12,75% ao ano, manteve a perspectiva de seqüência dos cortes de 0,25 ponto.
No call de fechamento, o contrato de DI para abril marcou 12,66% anuais, estável. O ativo para outubro também indicou estabilidade, a 12,19% anuais. Janeiro de 2008 projetou 12,05% anuais, com acréscimo de 0,03 ponto percentual. Julho do próximo ano subiu 0,01 ponto, a 11,88% ao ano. A taxa para janeiro de 2009 indicou 11,82% anuais, com acréscimo de 0,11 ponto. Janeiro de 2010 registrou 11,82% ao ano, com queda de 0,01 ponto.
Até as 16 horas, antes do ajuste final de posições, foram negociados 605,677 mil contratos, equivalentes a R$ 49,88 bilhões (US$ 23,70 bilhões). Ontem, foram fechados negócios com 1,014 milhão ativos. O vencimento de janeiro 2009 era o mais negociado, com 226,979 mil contratos registrados, equivalentes a R$ 18,56 bilhões (US$ 8,82 bilhões). No último pregão, foram negociados 229,932 mil contratos para esse vencimento
De acordo com agentes no mercado, a ata do Copom teve um impacto neutro, uma vez que não apresentou novidades que alterassem as perspectivas em relação ao ritmo de redução da taxa básica de juros, além de não demonstrar preocupação com a turbulência externa. "Na ata da reunião da semana passada, o Copom reafirmou sua visão de que o crescimento econômico está em curso e de que os cortes da taxa Selic continuarão em 0,25 ponto", analisou o economista-chefe do Unibanco, Marcelo Salomon.
Em relatório, o profissional avaliou que, uma vez que a perspectiva para a inflação segue benigna e o repique nos preços deve ser temporário, o Copom ficará atento à diferença entre oferta e demanda do produto, que está diminuindo, para decidir sobre os juros. "Será importante monitorar as taxas de crescimento tanto da demanda como da oferta para prever as taxas de juros no país", alertou. O economista manteve a projeção da Selic em 11,5% para o final do ano, após cinco cortes seguidos de 0,25 ponto.
O economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto, também avaliou que o BC indicou a seqüência dos cortes de 0,25 ponto no juro. Na ata, os integrantes do Copom enfatizaram que a atividade está se recuperando. E uma vez que se mostram satisfeitos com o resultado da economia, não vêem necessidade de ampliar a magnitude dos cortes, avaliou o profissional. O economista-sênior da Itaú Corretora, Maurício Oreng, também não viu novidades na ata, avaliando que a redução de 0,25 ponto continuará.
Para reverter essa perspectiva - tanto no sentido de interromper as baixas como ampliar os cortes - seria preciso acontecer algo novo, como uma apreciação do real mais forte ou, por outro lado, uma surpresa muito negativa no que diz respeito à atividade econômica, avaliou Oreng. "Mas nenhuma dessas situações parece estar ocorrendo", disse. O profissional calcula uma taxa Selic a 11,25% no final de 2007, que deve cair para 9,25% no término de 2008.
A quinta-feira também foi marcada pela reunião de economistas do mercado com diretores do BC em São Paulo. Na avaliação de agentes, o encontro não apresentou informações relevantes que influenciassem a direção (ou a falta dela) nos negócios. Amanhã, os analistas estarão reunidos com os representantes do BC no Rio de Janeiro.
Operadores citaram que o pregão de juros seguiu as oscilações das bolsas norte-americanas. O foco continua no ambiente externo, com os indicadores locais influenciando pouco o humor dos agentes, observou Campos Neto. E hoje não foi diferente, com a trajetória das taxas acompanhando o movimento em Wall Street, principalmente, que alternou entre os campos positivo e negativo ao longo do dia, notou o economista. O cenário continua de indefinição, disse o especialista. Há pouco, o Dow Jones subia 0,25%.
A expectativa para os indicadores econômicos importantes que serão divulgados amanhã nos Estados Unidos sustentou uma certa cautela nas operações do mercado futuro de juros, o que se refletiu na baixa oscilação das taxas. O principal foco deve ficar sobre o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) de fevereiro. A medição de janeiro ficou acima das projeções do mercado e hoje o indicador de inflação no atacado do mês passado também superou as estimativas.
A agenda nos EUA ainda inclui o comportamento da produção industrial de fevereiro, que pode dar um alento em relação aos temores de uma desaceleração muito forte da economia norte-americana.
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