Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Mercado

Bolsa destoa do bom humor externo e fecha em baixa; bancos pressionam

Na contramão dos mercados internacionais, que subiram nesta segunda-feira (25) após um acordo entre o Irã e grandes potências para limitar o programa nuclear iraniano, o principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, fechou em queda de 1,02%, a 52.263 pontos. A perda do Ibovespa foi guiada pela baixa de importantes papéis, como os mais negociados de Petrobras (-1,50%) e Vale (-2,11%), que representam, juntos, cerca de 16% do índice. A desvalorização dos bancos também afetou negativamente o mercado, diante da proximidade do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da correção de perdas das cadernetas de poupança em antigos planos econômicos, o que poderá custar até R$ 150 bilhões às instituições financeiras.

Os papéis do Banco do Brasil cederam 2,64%, enquanto o Santander teve perda de 0,34% e o Itaú, de 1,49%. Já as ações mais negociadas do Bradesco registraram desvalorização de 0,89% hoje.

Em sentido oposto, a companhia aérea Gol viu suas ações fecharem o dia com ganho de 3,66%, liderando a ponta positiva do Ibovespa, depois que o presidente-executivo da companhia aérea, Paulo Kakinoff, disse que ela pode continuar a cortar oferta no mercado doméstico em 2014, caso isso seja necessário para amenizar as perdas da empresa.

Desconfiança

"O descolamento da Bolsa brasileira [em relação aos mercados externos] está acontecendo há alguns dias, desde o final de outubro, quando foram divulgados dados fiscais do governo, somados a resultados corporativos dentro do esperado, mas que poderiam ter sido melhores", diz João Brügger, analista da Leme Investimentos.

Segundo ele, o sentimento negativo de desconfiança dos investidores em relação ao governo brasileiro está pesando contra a Bolsa do país. "Hoje, por exemplo, o preço do petróleo caiu no exterior após o acordo para limitar o programa nuclear iraniano, mas nem isso foi suficiente para fazer subir as ações da Petrobras", acrescenta.

Atualmente, a estatal compra derivados de petróleo no exterior e revende no Brasil por um preço menor para não ferir a política de controle da inflação do governo. Logo, a queda na cotação da matéria-prima tende a surtir efeito positivo para a Petrobras.

Para Elad Revi, analista-chefe da Spinelli Corretora, a agenda econômica fraca no dia abriu espaço para uma correção no valor de alguns papéis na Bolsa brasileira. "Por isso as blue chips [ações mais negociadas] caíram, depois de terem registrado forte ganho nos últimos meses", diz.

Essas ações, segundo Revi, já atingiram seu potencial de crescimento em 2013. "Portanto, tendem a sofrer ajustes e oscilar entre leves perdas e ganhos até o final deste ano", completa. Nesta semana, também ocupa o foco dos investidores a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que vai decidir sobre o patamar da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 9,5% ao ano.

Hoje, o Boletim Focus do BC mostou que economistas de instituições financeiras mantiveram a perspectiva de que a Selic será elevada em 0,5 ponto percentual nesta semana, encerrando o ano a 10%, mas passaram a ver um aperto monetário maior em 2014.

Segundo especialistas consultados pela reportagem, o mercado já considera um aumento na Selic para dois dígitos, por isso a reunião do Copom não deve ter impacto significativo na Bolsa brasileira.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.