Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
mercado

Bolsa deve bater recorde em 2011

Conheça as oito empresas que devem fazer os primeiros IPOs deste ano |
Conheça as oito empresas que devem fazer os primeiros IPOs deste ano (Foto: )
Unidade de manutenção da Petrobras: com alta do preço do petróleo no mercado internacional, ações da estatal devem ser a locomotiva da Bovespa |

1 de 2

Unidade de manutenção da Petrobras: com alta do preço do petróleo no mercado internacional, ações da estatal devem ser a locomotiva da Bovespa

Scorpions: T4F, empresa que trouxe banda ao Brasil, deve abrir capital este ano |

2 de 2

Scorpions: T4F, empresa que trouxe banda ao Brasil, deve abrir capital este ano

Que venham os recordes. Bancos e corretoras esperam que a bolsa estabeleça em 2011 novos patamares de negociação. Mesmo os mais conservadores acreditam que o índice Ibovespa – o principal da bolsa brasileira, que reflete o valor das 69 ações mais negociadas – deve alcançar os 75 mil pontos até o fim do ano. Só isso já seria o suficiente para passar dos 73.920 registrados em maio de 2008, atual pico histórico da Bovespa. Mas a maioria dos prognósticos vai bem acima disso, passando dos 80 mil pontos. E há quem acredite que o Ibovespa possa chegar a 93.200, o que levaria a um crescimento de quase 35%. "O recorde nós vamos bater com um pé nas costas", opina Octavio Focques, analista sênior da corretora paulista Tov.

Um Ibovespa que passe dos 93 mil pontos não é uma perspectiva irreal: nos últimos cinco anos, em três ocasiões o índice valorizou-se mais de 30%. Desta vez, o motor para esse crescimento deve ser um grupo de empresas ligado ao mercado de commodities, como Petrobras, Vale e Gerdau. A Petrobras, em especial, tem potencial para liderar esse processo. A empresa tem grande peso no índice – juntando ordinárias e preferenciais, ela responde por 13,17% do Ibovespa, o que a coloca como a segunda companhia mais relevante (a Vale soma 14,64%) – e seus papéis estão em um momento de transição. No ano passado, seu desempenho foi muito ruim: as ações preferenciais, que têm maior liquidez, perderam 25,6% do valor. A queda é atribuída ao complexo processo de capitalização da empresa, que resultou numa injeção de recursos da ordem de R$ 120 bilhões, e às polêmicas da regulamentação do pré-sal.

Agora, o ambiente é outro. O preço do petróleo no mercado internacional está em alta e a expectativa é de que a Petrobras volte a ser a locomotiva da bolsa, como nos últimos anos. As corretoras, que estabelecem preços-alvo para a negociação de ações com base nos dados econômico-financeiros ou nas tendências de mercado, estimam que os papéis da empresa subam entre 25% e 100% até o fim de 2011. "É a ação do ano", diz a chefe da área de análise do Banco Fator, Lika Takahashi. "Não acho que é a que vai crescer mais, mas ela deve ser acompanhada com mais cuidado de agora em diante. Entre as grandes empresas brasileiras, é a que está mais barata."

Juros, a chave

A chave para essas previsões se realizarem (ou não), segundo os especialistas, está em Brasília. Em anos passados, o país foi beneficiado pelo ambiente de crescimento no mercado internacional, e foi também castigado pelas crises dos EUA e da Europa. Desta vez, os entraves à vista são domésticos. "O futuro da bolsa este ano vai depender muito do que for feito em termos de controle de inflação e do crescimento econômico do país", define Luiz Augusto Pacheco, analista da corretora curitibana Omar Camargo. "Estamos muito mais dependentes dos nossos próprios passos", comenta.

A variável chave, nesse caso, é a taxa de juros. Os juros costumam ter uma correspondência direta com as ações: quando eles sobem, as ações caem. A razão é bem simples: com juros mais altos, o investidor pode ganhar dinheiro sem fazer muita força, apenas aplicando seus recursos em títulos do governo, de baixo risco – aplicações de renda fixa. Nesse caso, a demanda por papéis na bolsa cai e, consequentemente, o preço pode baixar também. Que os juros sobem este ano, é certo – já estão subindo, na verdade, desde a semana passada. O que não se sabe é até onde irão, e em que medida poderão prejudicar o desenvolvimento da bolsa.

Além do efeito geral sobre as ações, os juros afetam indiretamente algumas empresas mais do que outras. Com juros altos, o Brasil se torna um destino privilegiado para investidores internacionais em renda fixa, e as entradas abundantes de dólares resultam numa cotação menor para a moeda americana. Em­­pre­sas exportadoras tendem a ter lucros menores, o que se reflete também em suas cotações. Para quem espera um dólar mais caro este ano, as notícias não são boas. "Nosso cenário para o câmbio é bem próximo do que temos hoje, com dólar a R$ 1,80 no fim do ano", relata Andrés Kikuchi, economista chefe da corretora Link. Kikuchi projeta um Ibovespa de 83 mil pontos no fim do ano.

IPOs terão autopeças, sapatos e rock’n’roll

Novas emissões de ações devem ter um papel importante na bolsa de valores este ano. O número de ofertas deve voltar a crescer com força – há estimativas de algo como 30 ou 40 ofertas iniciais (conhecidas no mercado como IPOs, da sigla em inglês para Initial Public Offering) este ano. Não será o suficiente para alcançar os números de 2007, quando 64 empresas estrearam na bolsa brasileira, mas é um bom recomeço.

A abertura de capital e a oferta de ações na bolsa é uma forma de as empresas obterem recursos para financiar novos investimentos, ou ainda um caminho para empreendedores e investidores transformarem em dinheiro a expansão de uma empresa.

As empresas costumam esperar momentos em que o mercado está em crescimento para fazer suas ofertas, de modo a obter uma quantidade maior de recursos. "Esse mercado está bem aquecido, há muitas empresas sondando a possibilidade para fazer seus IPOs", diz Luiz Pacheco, da Omar Camargo.

Oito ofertas

De concreto, por enquanto, há oito ofertas em análise. A da fabricante de calçados Arezzo está mais adiantada: o período para reserva de papéis encerrou-se na sexta-feira e a estreia da companhia no pregão deve ocorrer na quarta-feira. A Sonae Sierra, administradora de shopping centers, encerra amanhã o período de ofertas. Queiroz Galvão Exploração e Petróleo também está com o prazo para reservas aberto (até sexta-feira), assim como a fabricante de autopeças Autometal (até quarta-feira).

A última empresa a programar um pedido de oferta inicial foi a T4F Entretenimento, que organiza shows e gerencia casas de espetáculos com a marca Time 4 Fun. No ano passado, ela foi responsável, por exemplo, pelas turnês das bandas de heavy metal Metallica e Scorpions no Brasil.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.