A Bolsa de Tóquio despencou mais de 5% nesta terça-feira, sua maior queda em quase três anos, e a taxa de juros dos títulos de dez anos da dívida do Japão ficaram abaixo de zero pela primeira vez. As Bolsas europeias, no entanto, tem um dia de certo alívio depois de um início de semana de forte turbulência. O Índice de Nikkei caiu 5,4%, o maior tombo desde meados de 2013, e chegou ao menor nível desde 21 de janeiro.

CARREGANDO :)

Com mais incerteza no mercado, aumenta a demanda por títulos de dívida soberana (de governos), que são considerados um investimento seguro. Com isso, aumenta o valor dos títulos e a taxa de juros, que é quanto o papel rende, se reduz. Se a taxa ficou abaixo de zero no Japão, isso significa que quem compra o título receberá menos dinheiro ao fim do prazo de dez anos do que pagou no momento do investimento. Para se ter uma ideia, o juro está em torno de 0,2% na Alemanha e de 1,7% nos Estados Unidos, enquanto na Grécia é de quase 10%, para atrair investidores.

O desempenho do mercado no Japão refletiu a segunda-feira tumultuada nos mercados mundiais. A Bolsa de Frankfurt fechou no menor patamar em 16 meses, enquanto nos Estados Unidos a queda do índice Nasdaq, de tecnologia, chegou a 3,4%, mas ficou em menos de 2% no fechamento. Há forte preocupação com o setor bancário europeu, incertezas quanto aos rumos da economia mundial e ao desempenho das empresas de tecnologia.

Publicidade

Nesta terça-feira na Europa, as ações sobem e o índice Stoxx 50, que reúne as 50 empresas de maior valor, ganhava 0,7%. As Bolsas de Londres e de Frankfurt também avançavam.

O petróleo, no entanto, voltou a ser uma preocupação. A Agência Internacional de Energia (AIE) informou que o excesso de petróleo no mundo continuará pela maior parte de 2016. Isso porque o recuo da produção nos Estados Unidos ainda vai demorar e é pouco provável que a Organização dos Estados Exportadores de Petróleo (Opep) chegue a um acordo com demais produtores para reduzir a produção no mundo.

Diante desse cenário, a agência afirma que é difícil esperar uma alta significativa do preço do petróleo frente ao nível atual, embora também não acredite que os preços podem seguir as previsões mais extremas e chegar a US$ 10 o preço do barril.