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Ibovespa

Bolsa fecha em queda, pressionada por Petrobras e OGX

Fortemente influenciado pela desvalorização das ações da Petrobras e da OGX, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou nesta terça-feira (29/10) em queda de 0,97%, a 54.538 pontos. O índice devolveu parte do ganho de 1,7% obtido ontem.

A OGX, petroleira de Eike Batista, viu suas ações caírem 20,69%, a R$ 0,23, após não ter conseguido chegar a um acordo com detentores de US$ 3,6 bilhões em bônus para reestruturar sua dívida. Os papéis da empresa, que representam mais de 4% do Ibovespa, chegaram a cair 24% ao longo do dia.

"A questão da recuperação judicial da OGX já estava na mesa, e só ficou mais provável quando a empresa deixou de pagar a remuneração a bônus emitidos no exterior que venceram no dia 1º de outubro. O mercado tinha uma última esperança, que era a negociação paralela, que fracassou ontem", diz Luana Helsinger, analista do GBM (Grupo Bursátil Mexicano).

"Os investidores, agora, só veem dois caminhos para a OGX: falência ou recuperação judicial. Eu não descarto a possibilidade de surgir alguma surpresa de última hora que evite esse cenário, mas as chances que isso ocorra são bastante pequenas. O poder de barganha da OGX está diminuindo porque o tempo está passando. Se alguém fosse colocar dinheiro na empresa, como falava-se semanas atrás, já teria feito", completa Luana.

Segundo a reportagem apurou, a OGX deve entrar com pedido de recuperação judicial amanhã. Os advogados de Eike fazem reunião com ele hoje. O pedido deve ser feito apenas no fim do dia, após o fechamento do mercado.

Também no vermelho, as ações mais negociadas da Petrobras caíram 0,96% no dia, para R$ 19,70. O movimento aconteceu um dia depois que essas ações subiram 7,57%, influenciadas pela nova metodologia de preços proposta pela estatal, que será avaliada por seu Conselho de Administração até 22 de novembro.

Os papéis ordinários da Petrobras, com direito a voto, tiveram desvalorização de 0,68% nesta terça-feira, a R$ 18,87. Juntas, as duas ações da petroleira representam cerca de 10% do Ibovespa.

Analistas consultados pela reportagem viram a queda das ações da Petrobras hoje como uma correção natural à forte alta de ontem, a qual foi apontada como "exagerada".

"Existem baixas possibilidades de que haja no curto prazo um reajuste suficientemente forte para equiparar os preços [dos combustíveis] praticados no Brasil e no exterior. Isso não deve acontecer, principalmente por causa das eleições no ano que vem. O governo não vai arriscar elevar os preços e comprometer a inflação em ano eleitoral", diz Elad Revi, analista-chefe da Spinelli Corretora.

A baixa da Petrobras e da OGX ofuscou o ganho do setor bancário nesta terça-feira. As ações do Itaú Unibanco, por exemplo, fecharam com valorização de 3,65%, depois que o banco informou um aumento de 17,9% em seu lucro líquido no terceiro trimestre deste ano, para R$ 4,022 bilhões. Na esteira do bom resultado, os papéis da Itausa tiveram ganho de 3,77%, a R$ 9,63.

Outras ações do setor bancário também fecharam o dia no azul, como Bradesco (+1,09%), Santander (+0,86%) e Banco do Brasil (+0,32%).

A perda da Bolsa brasileira foi na contramão das Bolsas americanas, que subiram diante da perspectiva de que o Fed (banco central do país) irá manter seu programa de estímulo monetário no país, no qual injeta US$ 85 bilhões mensais na economia através da recompra de títulos públicos.

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