A desaceleração da economia brasileira serviu como gatilho para investidores venderem ações e embolsarem lucros nesta sexta-feira (30). Com isso, o principal índice da Bolsa local, o Ibovespa, fechou em baixa de 1,91%, aos 51.239 pontos. Foi a segunda queda consecutiva do índice, que atingiu seu pior nível desde 16 de abril, quando ficou em 51.200 pontos. Também foi a maior desvalorização diária do Ibovespa desde 15 de abril, quando perdeu 2,21%.

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Com este desempenho, o índice acumulou baixa de 2,64% na semana -segunda baixa semanal consecutiva. No mês, o Ibovespa perdeu 0,75%, interrompendo uma sequência de dois meses no azul. "É uma fase de realização, após a 'pernada' de alta que observamos nos últimos meses", diz Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora. "É possível que os investidores fiquem mais dispostos a se desfazer de ativos de risco com a proximidade da Copa do Mundo", acrescenta.

Para Figueredo, há manutenção da tendência de alta do Ibovespa, apesar da realização no curto prazo. "Tudo vai depender de como o mercado vai se comportar durante a Copa. Temos que observar. Por ora, há espaço para realização no Ibovespa até 50.500 pontos sem que haja comprometimento da tendência de alta do índice", diz.

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O analista acredita que o vilão do Ibovespa em maio tenha sido o setor financeiro. "Esse segmento vinha subindo, mas acabou, finalmente, passando por uma realização. Há entrega de lucros nesse setor, que foi o que mais se destacou neste ano. É natural a realização", completa.

Os bancos, que têm uma parcela considerável de peso no Ibovespa, caíram fortemente nesta sexta-feira (30). O Itaú Unibanco perdeu 2,51%, enquanto Banco do Brasil teve baixa de 1,85%. Já os papéis preferenciais (sem direito a voto) do Bradesco caíram 3,01%.

A queda das ações preferenciais da mineradora Vale, de 3,75%, também puxou o Ibovespa para baixo nesta sexta-feira (30). O movimento refletiu a forte queda no preço do minério de ferro, que teve seu sexto recuo mensal consecutivo na China. O país asiático é o principal destino das exportações da Vale.

A Petrobras contribuiu para o clima negativo na Bolsa, com suas ações preferenciais cedendo 3,53%. Já os papéis ordinários da petroleira (com direito a voto) caíram 3,02%.