Na contramão dos mercados internacionais, o principal índice da Bolsa brasileira fechou em queda nesta segunda-feira (10), influenciado pela desvalorização de Petrobras e Vale em um dia de poucos negócios.
O Ibovespa perdeu 0,93%, para 52.725 pontos. O índice chegou a subir 2,09% no início do pregão, mas foi perdendo o fôlego ao longo da tarde.
As ações preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras, que oscilaram toda a sessão no vermelho, fecharam em queda de 2,03%, a R$ 13,98 cada uma. A estatal está sendo investigada pelo Departamento de Justiça Americano, que pretende identificar se houve pagamento de propina para funcionários da empresa, segundo o jornal "Financial Times".
Os papéis da Vale também pressionaram a Bolsa brasileira nesta segunda. Apesar de dados da economia chinesa - maior compradora do minério exportado pela Vale - terem superado as expectativas do mercado, o cenário para o setor ainda gera cautela entre os investidores. A ação preferencial da companhia cedeu 2,51%, para R$ 20,18.
A avaliação de analistas é que o volume da Bolsa brasileira deve continuar baixo nos próximos dias, enquanto a tendência continua de queda para o mercado de ações nacional.
Embraer
Quem ficou entre as maiores quedas do Ibovespa foi a ação da Embraer. Nesta terça-feira (11), uma comissão mista do Congresso deve votar a medida provisória que regulamenta o Pdar (Programa de Desenvolvimento da Aviação Reginal).
O mercado teme, segundo analistas, que a Pdar seja aprovada pela comissão e sancionada pela presidente Dilma Rousseff (PT), o que faria com que a companhia aérea Azul cancelasse uma parte do pedido de 50 jatos feito à Embraer, totalizando R$ 3,1 bilhões.
Câmbio
No câmbio, o dia foi de alívio após seis altas seguidas da moeda americana sobre o real. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, caiu 0,81%, para R$ 2,548 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedeu 0,50%, a R$ 2,550.
O dólar perdeu força diante das principais moedas globais nesta segunda-feira, refletindo o clima de menor aversão ao risco, o que reduziu a demanda dos investidores por aplicações consideradas mais seguras, como a moeda americana.
Segundo operadores, o mercado ainda refletiu positivamente a expectativa de que os juros nos EUA só devem começar a subir na segunda metade de 2015.