Dólar caiu 0,31%, para R$ 2,738
No mercado cambial, o dólar fechou com tendências mistas em relação ao real. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, caiu 0,31%, para R$ 2,738.
O dólar comercial, usado no comércio exterior, fechou em leve alta de 0,10%, para R$ 2,745.
"O dia foi extremamente volátil. Há um sentimento no mercado de que o governo desejaria o dólar em um patamar mais elevado, em torno de R$ 2,75, por causa dos problemas econômicos sérios que o país enfrenta no setor externo", avalia Sidnei Nehme, economista e presidente da NGO Corretora.
"Ao deixar o dólar subir, o governo tenta ver se a indústria ganha ânimo, podendo eventualmente aumentar a competitividade para exportar e também reconquistar o mercado interno", diz.
Na manhã desta quinta (5), o Banco Central brasileiro vendeu 2.000 contratos de swap cambial (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro), dando seguimento a sua série de atuações diárias no mercado cambial.
Foram vendidos 1.000 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.000 contratos para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 98,1 milhões.
O BC também vendeu a oferta integral de até 13.000 contratos de swap para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a US$ 10,438 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 25% do lote total.
A Bolsa brasileira fechou perto da estabilidade nesta quinta-feira (5), afetada pela queda de mais de 2% das ações da Petrobras, que interromperam sequência de três altas. A desvalorização dos papéis da Vale também pesou no mercado acionário local.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou com leve queda de 0,14%, a 49.233 pontos, após um pregão instável. Na máxima, a Bolsa chegou a subir 1,04%, e na mínima, caiu 0,57%. Das 68 ações negociadas no índice, 34 subiram, 31 caíram e três se mantiveram inalteradas.
O volume financeiro negociado foi de R$ 7,15 bilhões, acima do giro médio diário do ano, que é de R$ 6,43 bilhões até o dia 4 de fevereiro.
Petrobras
A instabilidade da Bolsa foi em parte motivada pelas ações da Petrobras, que oscilaram bastante durante o dia. Os papéis preferenciais da petrolífera, os mais negociados, fecharam com queda de 2,20%, para R$ 9,80. Durante o dia, porém, chegaram a operar com alta de 2,69%.
As ações ordinárias, com direito a voto, caíram 2,42%, para R$ 9,66, mas durante o dia também chegaram a avançar 2,42%.
"As investigações sobre a corrupção na Petrobras e a instabilidade do preço do petróleo poderiam levar a uma queda dos investimentos da estatal e prejudicar o crescimento econômico do país como um todo, o que aumentou a desconfiança do investidor no mercado brasileiro", afirma Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho.
Em depoimento, Pedro José Barusco Filho, ex-gerente de engenharia da Petrobras, estima que o PT tenha recebido entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões entre 2003 e 2013 de propina retirada dos 90 maiores contratos da Petrobras, como o da refinaria Abreu e Lima, em construção em Pernambuco.
Para Eduardo Velho, economista-chefe da gestora INVX Global Partners, a incerteza em torno de quem ocupará a presidência da Petrobras após a saída de Graça Foster também afeta os papéis. "Tem que ser alguém que ajude a melhorar as condições de endividamento da empresa e que não seja tão associado ao governo. As ações só devem firmar alta após a confirmação do nome", avalia.
Vale
As ações da mineradora Vale caíram pelo segundo dia seguido, com os investidores aproveitando para embolsar os ganhos obtidos em pregões anteriores. Os papéis preferenciais da empresa fecharam o dia em queda de 0,95%, para R$ 17,65. As ações ordinárias caíram 0,49%, para R$ 20,45.
No setor financeiro, a maioria dos papéis de bancos encerrou o dia com desvalorização. As ações do Itaú Unibanco tiveram queda de 0,84%, a R$ 35,21. As ações do Bradesco perderam 1,60%, a R$ 35,63. Na contramão, as ações do Banco do Brasil subiram 2,20%, a R$ 22,79, no terceiro dia de forte valorização dos papéis.
Exterior
Os investidores também analisaram notícias vindas do exterior. Na Europa, a Comissão Europeia - braço executivo da União Europeia - revisou para cima as projeções de crescimento para a zona do euro em 2015 e no próximo ano.
A Comissão elevou a perspectiva para o crescimento do PIB nos 19 países da área de moeda comum para 1,3% neste ano, ante estimativa de 1,1% em novembro, e para 1,9% em 2016, sobre a expansão de 1,7% calculada antes.
Ainda na Europa, a decisão do BCE (Banco Central Europeu) de deixar de aceitar títulos gregos como garantias de empréstimos causou turbulências nos mercados.
Na prática, isso significa que o banco central grego terá de fornecer aos bancos dezenas de bilhões de euros em liquidez emergencial adicional nas próximas semanas. Segundo analistas, a decisão do BCE seria uma reação ao que muitos consideram como o abandono pelo novo governo da Grécia de seu programa de resgate em troca de reformas.
Nos Estados Unidos, os dados de seguro-desemprego vieram melhores que o esperado pelo mercado, em um sinal de que o mercado de trabalho americano segue se fortalecendo.Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego subiram em 11 mil, para 278 mil, em dado ajustado sazonalmente na semana encerrada em 31 de janeiro, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira.
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