São Paulo - Apesar de analistas considerarem que as ações estão caras, a Bolsa de Valores de São Paulo atravessou uma semana de expressivos ganhos. A BM&FBovespa retomou o patamar dos 52 mil pontos, ao registrar valorização de 5,79% no período. Ontem, a alta ficou em 0,30%.
Wall Street, impulsionada por resultados corporativos e dados econômicos um pouco melhores que as expectativas, também ganhou fôlego nos últimos dias, o que favoreceu o mercado brasileiro. O índice Dow Jones, que reúne 30 das mais negociadas ações dos Estados Unidos, acumulou alta de 7,3% na semana. Ontem, a alta foi menos intensa devido, em parte, ao decepcionante resultado da General Electric, que registrou lucro 42,6% menor no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2008.
No pregão local, a maioria das ações registrou alta na semana. Foram 51 valorizações entre os 64 papéis que formam a carteira do índice Ibovespa. O movimento de recuperação fez a bolsa paulista sair do vermelho no mês está agora com alta de 1,18% em julho e acumular 38,67% de ganhos no ano. Para o capital externo, o resultado da bolsa brasileira é ainda mais impressionante: em dólares, o Ibovespa está com valorização anual de 68%. Essa elevação tem estimulado investidores estrangeiros a se desfazerem de ações brasileiras. No jargão do mercado, os investidores têm optado por "realizar os lucros acumulados".
A recuperação das commodities metálicas e do petróleo também foi decisiva para o desempenho do mercado local. O índice Ibovespa tem mais de 40% de sua carteira atrelada a ações de companhias que acompanham a oscilação das commodities no exterior. O petróleo subiu 2,48% em Nova Iorque, para US$ 63,56 o barril. Com isso, a ação preferencial da Petrobras, a mais negociada da bolsa, alcançou alta de 6,17% na semana. Ontem, subiu 1,77%. No setor siderúrgico, a maior valorização da semana ficou com a ação preferencial da Gerdau, que subiu 8,61%.
Dólar
O dólar acompanhou a melhora do mercado. A moeda norte-americana encerrou a semana cotada a R$ 1,928, com recuo de 0,16%. Nos últimos cinco dias, o dólar teve depreciação de 3,7% diante do real. "A semana que vem se mostra mais fraca em termos de indicadores e provavelmente os resultados corporativos americanos e brasileiros permanecerão no foco dos investidores", diz a XP Investimentos.