A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) conquistou ontem seu terceiro pregão seguido de alta. Mas a valorização de 3,75% acumulada nos três últimos dias ainda é pequena se comparada à queda de 8,78% amargada pela Bolsa entre segunda e quinta passadas.
No pregão de terça-feira, o índice Ibovespa principal referência da Bolsa paulista, que reúne as 60 ações mais negociadas teve alta de 1,24%. O desempenho foi melhor que o da Bolsa de Nova Iorque, onde o índice Dow Jones caiu 0,23%. A bolsa eletrônica Nasdaq subiu 0,51%. Altas moderadas foram registradas nas principais Bolsas européias. Em Londres, a alta foi de 0,12%; em Frankfurt, houve valorização de 0,23%.
Há um mês o mercado global sofre com as incertezas sobre os efeitos decorrentes da crise que afeta o setor de crédito habitacional de alto risco dos Estados Unidos.
Dólar mais caro
Mesmo sem intervenção do Banco Central, o dólar subiu 0.39% -- foi vendido a R$ 2,037 no fim da tarde de ontem. Na semana passada, a moeda norte-americana rompeu a barreira dos R$ 2, o que não ocorria desde maio, e alcançou a máxima desse período de crise na quinta, quando terminou as operações negociado a R$ 2,094 nesse dia, chegou a ser vendido por R$ 2,13. A saída mais forte de recursos de estrangeiros, especialmente da venda de ações na bolsa, impulsionou a moeda a níveis mais elevados.
Além disso, os contratos adquiridos pelos estrangeiros no mercado futuro de câmbio da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) passaram a indicar que não confiam mais ao menos neste momento na apreciação do real. Quando esperam que o real ganhe valor diante do dólar, os investidores contratam no mercado futuro operações que dêem lucro se a moeda americana se desvalorizar. No jargão financeiro, ficam "vendidos em dólar".
No caso de confiarem na apreciação do dólar, os investidores fazem negócios com contratos futuros que rendam lucro se isso acontecer e ficam "comprados em dólar". Há uma semana, os estrangeiros estavam vendidos em dólar em US$ 1,82 bilhão (ou seja, ainda mostravam alguma confiança na apreciação do real). Mas no pregão de segunda, passaram a ficar comprados em dólar em US$ 1,32 bilhão (o que mostra que passaram a esperar que o dólar siga em alta).