São Paulo - O mercado brasileiro de ações encerrou o mês de setembro acumulando uma valorização de quase 64% no ano. Os investidores "ignoraram" o prognóstico de que o mês passado seria voltado para a realização de lucros (venda de ações caras) e as ordens de compra predominaram no ambiente de negócios. O fluxo de capital estrangeiro também contribuiu, deixando mais de R$ 3 bilhões somente na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
No mês, a bolsa teve valorização de 8,9%. No ano, o ganho acumulado atinge 63,83%. O Ibovespa, termômetro dos negócios da Bovespa, subiu ontem 0,46%, aos 61.517 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,13 bilhões. Nos Estados Unidos, a Bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 0,31%.
De olho na valorização de 2009, analistas mantêm a projeção de um movimento mais significativo de vendas no curto prazo. "Imaginamos três fatores que podem fazer o mercado recuar: o volume de IPOs [lançamento de ações em bolsa]; medidas nos EUA e Europa que eventualmente possam reduzir a liquidez do sistema, e divulgação de resultados abaixo do esperado para as empresas americanas no terceiro trimestre", pondera a equipe de analistas da Gradual Investimentos, em relatório sobre o mercado financeiro.
EUA
Entre as notícias importantes do dia, o governo dos EUA divulgou nova estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) relativo ao segundo trimestre, apontando para uma contração de 0,7% no período, um resultado melhor do que o cálculo anterior (queda de 1%). A consultoria privada ADP contabilizou a perda de 254 mil postos de trabalho em setembro. Trata-se do menor número de vagas fechadas no país desde julho do ano passado, segundo a consultoria. A estimativa ganha importância porque antecipa o muito aguardado 'payroll', o boletim oficial sobre o mercado de trabalho norte-americano com divulgação prevista para sexta-feira.
