Dólar caiu 0,71% e fechou em R$ 2,555 na venda
No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve desvalorização de 0,71% sobre o real, cotado em R$ 2,555 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, recuou 0,50%, para R$ 2,559.
A desvalorização da moeda americana acontece após o Banco Central anunciar início da rolagem do lote de swaps (operação que equivale a uma venda futura de dólares) com vencimento em janeiro.
Operadores ressaltam, no entanto, que o mercado também segue de olho na nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff (PT), e nas medidas que serão anunciadas para resgatar a confiança dos agentes.
O BC deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, através do leilão de 4.000 contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), pelo total de US$ 198,0 milhões.
A autoridade também promoveu um leilão para rolar 10.000 contratos de swap que venceriam em janeiro. Ao todo, 2.100 papéis tiveram seus prazos estendidos para 3 de novembro de 2015, enquanto outros 7.900 papéis ficaram com vencimento para 4 de janeiro de 2016. A operação movimentou US$ 489,5 milhões.
Dados mostrando desaceleração do setor manufatureiro chinês deram força para a queda das ações de produtores de commodities nesta segunda-feira (1º) na Bolsa brasileira, fazendo com que o principal índice do mercado de ações nacional tivesse a maior perda diária em dois meses.
O Ibovespa acompanhou a queda dos principais índices internacionais e fechou em baixa de 4,47%, aos 52.276 pontos. Foi a maior perda diária desde 29 de setembro, quando o índice recuou 4,52%.
O volume financeiro foi de R$ 7,567 bilhões. Segundo analistas, os investidores também demonstraram cautela com a possibilidade de criação de novas tributações no Brasil para reequilibrar as contas públicas do governo.
"Diante do mau humor com dados econômicos chineses, europeus e americanos, os [investidores] que estão comprados em ações com bom desempenho começaram a querer realizar lucros. Isso motivou a forte queda dos bancos, por exemplo, empurrando a Bolsa para baixo", diz André Moraes, analista da corretora Rico.
Cenário chinês
Na China, dados de PMI da manufatura foram divulgados durante o final de semana. O indicador calculado pelo NBS, órgão de estatística do governo chinês, recuou de 50,8 para 50,3 em novembro.
Já o PMI da Markit/HSBC confirmou o resultado preliminar e ficou em 50,0 pontos no mesmo período, recuando em relação a 50,4 de outubro.
A China é o principal destino das exportações da mineradora Vale, que viu suas ações preferenciais (sem direito a voto) fecharem em baixa de 4%, a R$ 19,20 cada uma. A desaceleração chinesa também repercutiu negativamente sobre as ações de siderúrgicas - o minério é um dos componentes do aço.
Os papéis preferenciais da Usiminas tiveram desvalorização de 5,58%, enquanto a Gerdau perdeu 7,62%. Já a CSN caiu 4,62%.
Na zona do euro, segundo a Markit/HSBC, o índice de atividade dos gerentes de compra (PMI) do setor industrial recuou em novembro. No mês, o indicador passou de 50,6 para 50,1 pontos. O resultado ficou abaixo da expectativa do mercado, que era de 50,4 pontos.
Já nos EUA, o setor industrial desacelerou em novembro, atingindo a menor taxa de crescimento desde janeiro. A leitura final do PMI do Markit mostrou que o índice caiu para 54,8 em novembro, após 55,9 em outubro. O resultado foi ligeiramente acima da leitura preliminar de 54,7.
Papéis
A Petrobras também fechou no vermelho e ajudou a empurrar o Ibovespa para baixo. As ações preferenciais da petroleira cederam 3,75%, a R$ 12,32 cada uma. Em relatório, a corretora Guide lembrou que o barril de petróleo Brent (negociado em Londres) é cotado nas mínimas de cinco anos e só na semana passada a commodity recuou 12,7%.
Também na semana passada, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidiu não cortar a produção diária de barris, provocando quedas mais fortes nas cotações do petróleo.
"Em suma, com mais dados de desaceleração econômica continuamos vendo pressão de baixa adicional no curto prazo. Neste contexto, a inflação é pressionada para baixo em muitos países e os juros mais longos cedem - quadro que estamos vendo nos principais países desenvolvidos hoje", disse a Guide em relatório.
As ações da Ambev recuaram 4,99%, após o jornal "Valor Econômico" publicar, citando fontes, que o valor da autuação fiscal por amortização de ágio da incorporação da InBev Holding Brasil ultrapassa R$ 5 bilhões.
Entre os bancos, segmento com maior peso dentro do Ibovespa, perderam Itaú Unibanco (-4,20%), a ação preferencial do Bradesco (-5,23%) e o Banco do Brasil (-6,64%). Em linha, o Santander viu seus papéis recuarem 2,77%.
Nenhuma das 70 ações que compõem o Ibovespa fechou em alta. A Oi caiu 5,80%, após a empresa anunciar que celebrou contrato de exclusividade com o grupo europeu de telecomunicações Altice por um período de até 90 dias para negociação dos termos finais da venda dos ativos da Portugal Telecom SGPS (PT Portugal).
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Ataque de Israel em Beirute deixa ao menos 11 mortos; líder do Hezbollah era alvo
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast