As units (conjunto de ações) do Santander Brasil subiram 15,78%, a R$ 14,75, e ajudaram a Bolsa brasileira a fechar hoje no azul em dia em que os investidores avaliaram a queda na intenção de voto na presidente Dilma Rousseff nas eleições deste ano. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em alta de 0,89%, aos 51.838 pontos.
Na Bolsa, a grande notícia do dia foi o anúncio de oferta voluntária de aquisição das units pela matriz do banco. Os papéis do Santander Brasil chegaram a disparar 20%, mas recuaram durante a tarde.
De acordo com o Santander Brasil, sua matriz espanhola planeja comprar até a totalidade dos papéis que o banco espanhol ainda não detém de seu braço no Brasil (cerca de 25%). Para isso, ofereceu um prêmio aos acionistas do Santander Brasil de 20% sobre o fechamento de ontem dos papéis, quando encerraram o pregão cotados a R$ 12,74. "O prêmio oferecido pelo Santander Espanha é interessante. Vale a pena para quem já tinha as units do Santander Brasil aceitar a oferta. Para quem compra hoje, tem que considerar que os preços dos papéis subiram cerca de 15% nesta terça-feira, o que reduz naturalmente esse prêmio para algo em torno de 5%. Neste caso, não vale a pena", diz Carlos Müller, analista-chefe da Geral Investimentos.
Segundo ele, a operação também é vantajosa para o banco. "Ele está comprando mais barato o que vendeu mais caro. Ele enxergou que as units do Santander Brasil estavam muito baratas e, por acreditar no mercado brasileiro, julgou que valia a pena oferecer o prêmio de 20% para os papéis. É uma oportunidade de consolidar todo o resultado de uma subsidiária."
Para o pequeno investidor, vender as units é uma boa opção, na opinião de Müller. "Quem não aceitar a oferta do Santander Espanha, corre o risco de ficar com um ativo sem liquidez nas mãos. Isso não é bom. Mesmo assim, acredito, assim como o próprio banco, que nem todos os minoritários aceitarão a oferta, apesar de ser o mais racional a ser feito", diz.
Outro banco a divulgar balanço nesta terça foi o Itaú Unibanco, que anunciou aumento de 27,28% no lucro líquido do primeiro trimestre deste ano, totalizando R$ 4,419 bilhões. A inadimplência cedeu para 3,5% e beneficiou o balanço do banco.
Apesar do resultado, as ações preferenciais do banco fecharam praticamente estáveis, com leve alta de 0,05%, a R$ 36,80.
Dólar
No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, encerrou o dia com queda de 0,25%, a R$ 2,226. O dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,35%, a R$ 2,233.
O Banco Central deu continuidade nesta terça ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, através de um leilão de swaps cambiais (operação que equivale à venda futura de dólares) no valor de US$ 198,7 milhões.