O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou nesta terça-feira (11) em alta de 1,58%, aos 48.462 pontos, diante da sinalização da nova presidente do banco central americano de que o estímulo nos Estados Unidos vai continuar sendo retirado apenas gradualmente. "Essa foi a interpretação do mercado após o discurso da Janet Yellen, no qual ela afirmou que a recuperação do mercado de trabalho dos EUA está longe de ser completa", diz Filipe Machado, analista da Geral Investimentos. "Isso é positivo porque ajuda os investidores a terem maior previsibilidade sobre o mercado, o que reduz a volatilidade", acrescenta.
A avaliação de analistas é que uma retirada gradual do estímulo nos EUA também ameniza a diminuição do volume de recursos disponível para investimento em outros países, como os emergentes, o que beneficia a Bolsa brasileira.
Atualmente, o Fed injeta US$ 65 bilhões por mês na economia americana através da compra de títulos. A cifra, que inicialmente era de US$ 85 bilhões mensais, sofreu dois cortes de US$ 10 bilhões cada, um em dezembro de 2013 e outro no mês passado. "É como se num passe de mágica os mercados percebessem que Yellen não cortou o QE (programa de estímulo) em US$ 20 bilhões, mas que ela continua injetando US$ 65 bilhões", diz André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, em relatório.
Quem puxou os ganhos do Ibovespa hoje foram os papéis mais negociados de Petrobras (+2,40%) e Vale (+1,08%). Juntas, essas duas ações representam cerca de 16% do Ibovespa.A maior alta do índice ficou com os papéis da Sabesp, com ganho de 8,20%. Nesta noite, a Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) deve divulgar propostas para o preço máximo inicial referentes ao processo de revisão tarifária da empresa.
As ações da BB Seguridade avançaram 4,26%, depois que a companhia divulgou um lucro líquido de R$ 903,6 milhões no quarto trimestre do ano passado. O balanço foi bem-visto pelos analistas.Apenas 11 das 72 ações que compõem o Ibovespa fecharam o dia com perdas, com destaque para Lojas Renner (-1,28%), Banco do Brasil (-1,00%) e Anhanguera (-0,80%).
As referências americanas deixaram em segundo plano a notícia de que, com confiança reduzida de empresários e sem sinais de melhora da economia, o emprego na indústria brasileira fechou 2013 com queda de 1,1%, repetindo o fraco desempenho de 2012.