A Bolsa brasileira fechou o pregão desta sexta-feira (31) com valorização, seguindo a tendência do exterior. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, apresentou alta de 4,38% aos 54.628 pontos. A surpreendente decisão do Banco Central do Japão de ampliar o seu programa de estímulos monetários e a divulgação de balanços de companhias no Brasil foram os principais fatores para essa alta. O resultado desta sexta-feira levou a Bolsa a inverter a queda no mês e a fechar outubro no positivo, com alta de 0,95%.
O dólar comercial, usado em transações de comércio exterior, fechou cotado em R$ 2,4780, alta de 2,9%, a maior em um só dia desde 23 de novembro de 2011. A moeda à vista, referência no mercado financeiro, terminou as negociações cotado em R$ 2,4675, alta de 2,53%, maior aumento desde junho de 2013.
Ações
Na avaliação de Elad Revi, analista-chefe da Spinelli Corretora, a alta da Bolsa brasileira está amparada em dois pilares. "Um está relacionado ao mercado externo --com o crescimento do PIB dos Estados Unidos, estímulo econômico na Ásia e a recuperação, ainda que lenta, da Europa-- e, no mercado interno, uma série de ações estratégicas e sinalizações que levam ao aumento da credibilidade, além da safra de balanços."
Entre as altas, o destaque ficou com a TIM, que liderou o ranking. Na sequência, ainda no setor de telefonia, aparece a Oi.Reportagem publicada nesta sexta na Folha de S.Paulo informou que as operadoras de telefonia Claro, Vivo e Oi fecharam um acordo para comprar a TIM.
O valor não está fechado, mas pode chegar a R$ 31,5 bilhões, o maior negócio no setor no país. "A expectativa em relação ao desfecho da telefonia [com a compra da TIM pelas concorrentes Claro, Vivo e Oi] repercutiu bastante no mercado", destaca Revi.
Os papéis preferenciais da Petrobras, os mais negociados, registraram valorização de 6,7%, para R$ 15,25, e o papéis ordinários --que dão direito a voto-- tiveram elevação de 6,31%, negociados em R$ 15,28.
Os papéis das siderúrgicas também tiveram destaque no pregão desta sexta. Depois de amargarem queda na quinta-feira, os papéis preferenciais da Vale registram valorização de 5,12%, para R$ 21,55, e o papéis ordinários tiveram elevação de 5,49%, negociados em R$ 25. Na Usiminas, as ações preferenciais subiram 7,14% e as ordinárias tiveram alta de 9,82%. "O setor de siderurgia e mineração se recuperaram um pouco da queda de ontem [quinta-feira], quando houve excesso na queda, e hoje esses ativos acompanham o mercado, não há grande crescimento", avalia André Morais, analista da Rico.
Os balanços com resultados melhores que os esperados pelo mercado também contribuíram para a alta generalizada na Bolsa. "É bastante importante que os resultados venham melhor do o esperado pelo mercado, e vimos várias empresas nesta situação", ressalta Morais.
Entre os balanços positivos, está o da Ambev, maior empresa de bebidas da América Latina, que teve lucro líquido de R$ 2,89 bilhões, alta de 23% sobre um ano antes.
Dólar
Uma junção de fatores foram responsáveis pela alta do dólar nesta sexta. Um deles foi a Ptax. No fim de cada mês, tradicionalmente, a cotação da moeda tende a subir para a formação da taxa Ptax, média do mês que baliza contratos indexados na moeda estrangeira. No entanto, na avaliação do gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, a Ptax não foi preponderante para a valorização. "O cenário externo e o resultado primário, com deficit maior do que o mercado esperava, também contribuíram para esse cenário", destaca Galhardo.
O Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, por meio do leilão de 4.000 swaps cambiais (operação que equivale a uma venda futura de dólares), pelo total de US$ 197,5 milhões.
A autoridade monetária rolou praticamente todo o lote de contratos de swaps que venciam na próxima segunda-feira. Devido à volatilidade, analistas esperam que o BC continue em novembro a renovar os swaps que vencem no mês seguinte.