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Mercado

Bolsa sobe pelo 2º dia e volta aos 59 mil pontos com especulações políticas

O principal índice da Bolsa brasileira fechou esta terça-feira (16) em alta pelo segundo dia, impulsionado pela forte valorização das ações de estatais e do setor financeiro, com investidores digerindo o resultado da pesquisa Vox Populi sobre a eleição presidencial de outubro e especulações acerca dos próximos levantamentos de intenção de voto.

A valorização do Ibovespa foi de 2,01%, para 59.114 pontos. O volume financeiro foi de R$ 10,038 bilhões, acima da média diária de setembro, de R$ 7,890 bilhões, e do ano, de R$ 6,297 bilhões. Foram registrados 1.375.736 negócios no segmento Bovespa nesta terça-feira (16), o maior número desde 27 de março deste ano, quando houve 1.598.227 operações.

Os papéis preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras, tiveram alta de 4,87%, a R$ 21,55 cada um. Eles chegaram a subir 8,91% ao longo do dia. Outras estatais também ganharam, como o Banco do Brasil, que subiu 4,40%, para R$ 33,20. Já a ação ordinária (com direito a voto) da Eletrobras valorizou-se 5,08%, a R$ 7,65.Na noite desta segunda (15) foi divulgada pesquisa eleitoral Vox Populi, encomendada pela TV Record, que mostrou Dilma Rousseff (PT) liderando as intenções de voto no primeiro turno, mas em situação de empate técnico com Marina Silva (PSB) no segundo turno. De acordo com o levantamento, Dilma aparece com 36% das intenções de voto na simulação de primeiro turno, Marina com 27% e Aécio Neves (PSDB) com 15%.

Apesar da vantagem de Dilma no primeiro turno, a pesquisa indicou que Marina está um ponto percentual acima da petista na simulação de segundo turno. Marina aparece com 42% e Dilma com 41%. O resultado significa empate técnico entre as duas candidatas. Votos em brancos e nulos são 11% e os indecisos, 6%.

De acordo com o site do Tribunal Superior Eleitoral, está prevista para esta semana uma nova pesquisa Ibope e um novo levantamento Datafolha.

Avaliações

Analistas ouvidos pela reportagem citaram que um dos motivos para o forte ganho da Bolsa nesta terça (16) foram rumores de que a candidata do PSB à Presidência deverá ganhar espaço na pesquisa Ibope, que, de acordo com o TSE, deverá ser divulgada antes do levantamento Datafolha. Além disso, analistas citam que a forte queda de 6,19% do Ibovespa na semana passada estimula um ajuste do mercado.

Os papéis do setor financeiro dispararam e colaboraram para o bom desempenho do Ibovespa. O Itaú Unibanco subiu 2,58%, a R$ 38,96, enquanto o papel preferencial do Bradesco teve valorização de 2,72%, para R$ 39,22.

Mas quem puxou a lista das maiores altas do Ibovespa foi a Oi, cujo papel preferencial alcançou alta de 8,61%, a R$ 1,64 -durante o dia, chegou a subir 13,9%. O jornal italiano Il Sole 24 Ore informou que a Telecom Italia, dona da TIM, considera uma aliança com a Oi. As ações da TIM, por sua vez, recuaram 4,14%, a R$ 13,20 cada uma. "Está longe de se chegar a um final a novela no setor de telecomunicações. Se uma venda da Oi fosse confirmada, quem teria mais a 'ganhar' seria a própria Oi, já a TIM, como temos informado, já negocia a múltiplos elevados. No setor, preferimos não ter exposição", diz o analista Ricardo Kim, da XP Investimentos, em relatório.

A Cemig mostrou perda de 0,76%, para R$ 16,95. O coordenador-geral do programa de governo do candidato do PT a governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, disse em entrevista ao jornal Valor Econômico que entre as intenções de um futuro governo petista está a redução da tarifa de energia elétrica no estado.

Câmbio

O efeito positivo da cena política sobre o mercado de ações reduziu a demanda por aplicações consideradas mais seguras, como o dólar, o que amenizou a pressão sobre o câmbio nesta terça-feira (16).

A cotação da moeda americana também foi afetada pela expectativa de que o Fed (banco central dos EUA) manterá inalterada a taxa básica de juros americana, na quarta-feira (17). Segundo operadores, a autoridade não deverá mudar o tom de seu último encontro, quando voltou a sinalizar alta dos juros apenas no longo prazo.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve desvalorização de 0,97% sobre o real, cotado em R$ 2,326 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedeu 0,63%, para R$ 2,329.O Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, através do leilão de 4 mil swaps (operação que equivale a uma venda futura de dólares), sendo 2 mil com vencimento em 1º de junho de 2015 e 2 mil com vencimento em 1º de setembro de 2015, pelo total de US$ 197,9 milhões.

A autoridade também promoveu mais um leilão para rolagem de 6 mil contratos de swap que vencem em 1º de outubro, por US$ 296,2 milhões. Até o momento, o BC já rolou cerca de 31% do lote total de contratos com prazo para o primeiro dia do mês que vem.

Nesta segunda (15), fonte da equipe econômica do governo disse à Reuters que o Banco Central poderá aumentar o volume de rolagem de swaps para tentar amenizar a volatilidade no mercado de câmbio, mas que a autoridade não deve mexer no tamanho do programa de intervenções diárias até o fim de 2014.

A pesquisa Vox Populi ouviu 2 mil eleitores em 147 municípios do País, entre os dias 12 e 14 de setembro. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais e o nível de confiança é de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-00632/2014.

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