Os investidores se afastaram do mercado acionário dos Estados Unidos nesta quinta-feira, que enfrentou sua pior onda de vendas desde a crise internacional no início de 2009.
O Dow Jones recuou 4,31 por cento, a 11.383 pontos, enquanto que o Standard & Poor's 500 cedeu 4,78 por cento, a 1.200 pontos. O Nasdaq teve desvalorização de 5,08 por cento, a 2.556 pontos.
Os indicadores despencaram com temores de que os Estados Unidos estejam diante de outra recessão e de que a crise da dívida soberana da Europa esteja engolfando duas de suas maiores economias: Itália e Espanha.
Analistas previram maiores perdas, ainda que o mercado acionário já tenha enfrentado quedas em nove dos últimos 10 anos. O retorno das Treasuries com vencimento em dois anos caiu para um patamar mínimo recorde à medida que investidores buscaram segurança em bônus de médio prazo.
"As pessoas estão 'jogando a toalha' pois não conseguem encontrar alívio em nenhuma outra frente", disse o estrategista de mercado da Lord Abbett, Milton Ezrati, que gerencia 110 bilhões de dólares em ativos.
A queda do S&P 500 coloca o índice mais de 10 por cento abaixo de sua máxima de 29 de abril, o que é considerado uma correção. Mais de 13 bilhões de ações trocaram de mãos, caracterizando o pregão com o maior giro financeiro em mais de um ano. As ações em queda superaram as que registraram ganhos na Bolsa de Nova York na proporção de cerca de 19 para 1.
O mal-estar recente do mercado resulta de uma série de fatores. Os dados econômicos dos Estados Unidos apresentaram uma piora, sugerindo uma desaceleração do crescimento em relação a um ritmo já considerado lento no primeiro semestre. Erupa também pesa.
"Os problemas com as dívidas da Europa, especialmente com a queda do retorno sobre os bônus dos governos espanhol e italiano, estão fazendo investidores buscarem o máximo de liquidez possível", disse o diretor-gerente da Wedbush Morgan, Stephen Massocca.