A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve mais um dia de queda e chegou a cair mais de 4%, estando abaixo dos 50 mil pontos. Por volta das 16h o Ibovespa, principal índice do mercado brasileiro, recuava 3,87%, aos 48.756 pontos. As vendas por aqui são estimuladas pela contínua valorização do dólar no ambiente externo e a conseqüente queda no preço das commodities, o que atinge diretamente Petrobras e Vale, os carros-chefe do índice. Segundo levantamento da Economatica, empresas brasileiras com ações em Bolsa voltaram a valer menos de US$ 1 trilhão nesta segunda-feira. A moeda americana fechou com forte valorização de 2,07%, cotada a R$ 1,772. Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a tendência é que o dólar continue a se valorizar .
- Nós chegamos ao limite da valorização do real - disse Mantega.
O dia também é de perdas em Wall Street depois de uma sessão de avanços na segunda-feira em que influenciou a notícia de que o governo americano decidiu intervir nas companhias hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac . Em Nova York, o indicador industrial Dow Jones caía 1,62%; o Nasdaq, das ações de tecnologia, perdia 1,93%, e o S&P500 recuava 2,54%. As ações do banco de investimentos Lehman Brothers caíram mais de 30% em Nova York depois de notícias sobre o possível fim das conversas entre a instituição e o Banco de Desenvolvimento da Coréia (KDB, na sigla em inglês).
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) se reúne hoje em Viena para decidir se corta ou não a oferta. O ministro saudita do Petróleo, Ali al-Naimi, e o ministro da Energia da Venezuela, Rafael Ramírez, já manifestaram que o mercado de petróleo está equilibrado e que os estoques se encontram em um nível saudável, indicando que a produção não deve cair. Com isso, o preço do petróleo recua. O barril do tipo leve americano perdia 2,04%, para US$ 104,17. Já o tipo Brent recuava 3,67%, para US$ 99,64.
Entre os ativos de maior peso no Ibovespa, Petrobras PN recuava 4,66% a R$ 28,85. Vale PNA perdia 2,93% saindo a R$ 33,83. As ações continuaram caindo mesmo após a empresa admitir que está negociando aumento adicional de preços do minério de ferro com seus clientes na Ásia. Dias atrás , a Vale tinha negado o rumor que circulava no mercado. BM&F Bovespa ON caía 7,07% a R$ 9,45.
Entre os bancos, Bradesco PN tinha queda de 3,82% cotada a R$ 29,72, e as ações preferenciais do Itau recuavam 2,68%, a R$ 30,17. Já o setor aéreo tinha ganho, beneficiado com a baixa no preço do petróleo. Gol PN subia 0,55%, saindo a R$ 14,48, e TAM PN era negociada a R$ 36,45, alta de 0,99%
Dia foi de perdas na Ásia e na Europa
A bolsas européias, que fecharam com fortes altas ontem, terminaram o dia em baixa. O índice londrino FTSE caiu 0,56%. Em Frankfurt, o DAX perdeu 0,48% e, em Paris, o CAC-40 recuou 1,08%. Hoje foi divulgado que a produção manufatureira no Reino Unido cedeu 0,2% entre junho e julho .
Na Ásia, muitos agentes aproveitaram para embolsar os ganhos recentes e as bolsas fecharam esta terça-feira em queda um dia depois de a maioria das praças da região verificarem fortes aumentos. Ao mesmo tempo, os investidores avaliaram que a crise de crédito não acabou e que as perspectivas econômicas continuam desanimadoras.
- A reação de ontem foi um ato reflexo, mas o resultado a longo prazo é que não se pode esperar que a economia norte-americana melhore se o seu setor hipotecário não se acerta - disse Lucinda Chan, diretora de divisões da Macquarie Equities Ltd na Austrália.
Em Tóquio, o Nikkei 225 declinou 1,77%, somando 12.400,65 pontos. O Hang Seng, de Hong Kong, caiu 1,46%, aos 20.491,11 pontos. Em Seul, o Kospi fechou aos 1.454,50 pontos, com decréscimo de 1,50%.
Assim como nesta segunda-feira, o mercado de Xangai seguiu na contramão - o Shanghai Composite registrou alta nesta sessão, de 0,11%, aos 2.145,78 pontos. Na segunda-feira, quando a maioria das bolsas asiáticas teve valorização, a praça de Xangai viu perdas.
O Goldman Sachs rebaixou de atrativa para neutra sua classificação de bancos chineses, cujas ações já foram outrora seguras em um mercado mais sombrio. Entre as razões, analistas do banco citaram o risco de empréstimos arriscados e uma economia em desaquecimento.
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