A bolsa de valores do Japão fechou o pregão desta segunda-feira no menor patamar em 26 anos e a maioria dos mercados asiáticos registraram fortes queda durante uma sessão caótica. Investidores teme que mesmo que bancos centrais voltem a fazer uma ação coordenada, o movimento possa não ser suficente para evitar uma recessão global.
O iene, a moeda japonesa, continuou se valorizando mesmo depois que os ministros de finanças do Grupo dos Sete (G7) países mais desenvolvidos destacaram a execessiva volatilidade da moeda, que tem afetado os preços das ações japonesas.
"A perspectiva em termos de crescimento e exportações continua abalada, então é difícil apostar em qualquer rali sustentando dos mercados emergentes", afirmou Win Thin, uma estrategista sênior de moedas da Brown Brothers Harrima, em um email para clientes.
O índice Nikkei da bolsa de Tóquio teve forte variação ao longo da sessão, fechando com queda de 6,36%, no menor nível desde 1982. Ações de empresas como a exportadora Canon despencaram.
Bancos japoneses também amargaram fortes quedas diante das preocupações com a possível necessidade destas instituições terem que levantar bilhões de dólares para cubrir pesadas perdas em seus portfólios de ações, diante da contínua desvalorização dos mercados globais. As ações do Mitsubishi UFJ financial Group tombaram 14,6%.
O índice MSCI de ações asiáticas, excluindo o Japão, recuava 5,52% por volta das 7h02 (horário de Brasília). O indicador já perdeu cerca de 41% desde 12 de setembro, pouco antes da quebra do banco de investimentos Lehman Brothers. No ano, o índice acumula perda de 60 por cento.
A bolsa de Taiwan fechou em queda de 4,65%, aos 4.366 pontos. Em Hong Kong, a bolsa local amargou um tombo de 12,70%, enquanto o índice acionário de Xangai encerrou o pregão com uma desvalorização de 6,32%.
Nas Filipinas, o pregão foi suspenso temporariamente depois que o índice da bolsa local recuou 10%, apesar do mercado de Cingapura ter ficado fechado nesta segunda-feira.
Na Índia, o índice acionário perdia 4,28%, para 8.338 pontos, perto do fechamento.
Na Coréia do Sul, a bolsa conseguiu encerrar o dia com uma leve alta de 0,82%, depois de ter passado a sessão volátil.
"Ninguém pode dizer ao certo onde está o patamar de suporte ou onde está o fundo", afirmou Casto Pang, estrategista da Sun Hung Kai Financial, em Hong Kong.
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