As bolsas europeias despencaram nesta sexta-feira, carregadas de nervosismo e pela referência negativa dos mercados asiáticos e de Wall Street.

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Frankfurt caiu 2,19%, Madri perdeu 2,11%, Paris cedeu 1,92%, Londres caiu 1,01% e o FTSE MIB de Milão 2,46%, enquanto o EuroStoxx 50, que agrupa as maiores empresas da zona do euro, caiu 2,2% e acumula perdas semanais de 6,4% e anuais de 22,7%.

Alguns operadores consideraram que os mercados prestarão atenção à reunião dos bancos central em Jackson Hole na próxima semana e na possibilidade que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) anuncie uma terceira rodada de compra de dívida para aumentar a oferta de dinheiro.

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Tal nervosismo é resultado do temor que a economia global entre em uma nova recessão junto com a preocupação pela crise de dívida da zona do euro, e o fato do banco americano JP Morgan tenha rebaixado suas previsões de crescimento da economia dos EUA para o quarto trimestre de 2011 e o primeiro de 2012, repetindo o que Morgan Stanley fez na quinta-feira.

O vencimento de opções sobre índices e ações nos mercados de derivados quase não teve repercussão na negociação dos mercados de valores europeus. A renda variável europeia tinha recebido na abertura a referência negativa dos mercados asiáticos, onde por exemplo o índice Nikkei de Tóquio fechou com uma perda de 2,51% e Seul de mais de 6%.

Os mercados de valores europeus caíram com força em uma média de 3% na sessão matinal, mas a tendência positiva de Wall Street nas horas que compartilham negociação contribuiu para que se produzisse uma certa estabilização.

Na quinta-feira, o seletivo de Frankfurt e de outras bolsas europeias como Londres tinham sofrido a maior queda desde final de 2008, após a quebra do banco americano Lehman Brothers, já que os números econômicos dos EUA assinalaram uma nova recessão.

Nesta semana, Frankfurt perdeu 8,63%, Londres caiu 5,24%, Paris desceu 6,12%, Madri caiu 5,84% e Milão, 8%.

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A incerteza levou os investidores a buscar ativos considerados seguros como o franco-suíço, o iene e o ouro. O iene atingiu nesta sexta-feira seu valor máximo frente ao dólar desde o final da Segunda Guerra Mundial (75,95 ienes por US$ 1). O ouro bateu um novo recorde de US$ 1.848 em Londres e a rentabilidade do Bund (bônus alemão a 10 anos) subiu 2,11% (2,07% na jornada anterior).

Um dos poucos destaques positivos do dia foi a britânica Autonomy, cujas ações dispararam 76% depois que a empresa de software aceitou a proposta de compra de US$ 10,3 bilhões feita pela HP.

Em Milão se suspendeu temporariamente a cotação de empresas como o banco Unicredit, a principal entidade financeira da Itália, e a automobilística Fiat por excesso de perdas. No final, a Fiat caiu 4,30%, Unicredit perdeu 5,81% e Intesa Sanpaolo, caiu 5,35%.

Neste ano, Frankfurt e Paris perdem 20,7%, Londres caiu 14,6%, Madri cedeu 17,4% e Milão 27,6%, enquanto o Banco Central Europeu (BCE) comprou nesta sexta-feira de novo no mercado secundário dívida pública da Itália e Espanha, segundo alguns operadores. EFE