Em Wall Street, por volta das 16h30, o índice Dow Jones recuava 0,54% e o S&P 500, -0,93%| Foto: Andrew Renneisen/AFP

As bolsas europeias fecharam mais uma sessão nesta terça-feira (9) com perdas expressivas, influenciadas pelas dúvidas sobre o setor bancário e sobre os rumos da economia mundial. Foi a sétima sessão de seguida de perdas para as ações europeias – a pior perda semanal desde 1998.

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O índice pan-europeu FTSEurofirst 300 perdeu 1,6%, para fechar em 1.219 pontos, depois de cair até 2,6%, no menor nível desde setembro de 2013. O índice europeu de bancos perdeu 4%.

As ações do Deutsche Bank caíram 4,3%. Os papéis já haviam caído 9,5% na segunda-feira sob preocupações de sua habilidade de manter o pagamento de títulos.

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Ainda no setor bancário, o UniCredit caiu 7,9% com resultados melhores do que o esperado incapazes de tranquilizar investidores. Credit Suisse, UBS e Barclays tiveram quedas entre 4,6% e 8,4%.

Analistas disseram que o setor estava propenso a uma fraqueza adicional a curto prazo.

A Bolsa de Atenas encerrou o pregão com perda de 2,89%, depois de ter caído até 5,42% durante o pregão, influenciada pelos demais mercados europeus e turbulências políticas internas.

Em Wall Street, por volta das 16h30, o índice Dow Jones recuava 0,54% e o S&P 500, -0,93%.

Executivo do Deutsche Bank e ministro das Finanças tentam tranquilizar mercado

O co-presidente do banco alemão Deutsche Bank AG, John Cryan, enviou carta aos funcionários dizendo que o banco está “absolutamente sólido”. Com o objetivo de tranquilizar o mercado após a queda nas ações, Cryan disse que não está preocupado com a capacidade de pagamento do banco. No dia anterior, as ações do banco caíram quase 10% com os investidores preocupados sobre a posição de capital da instituição.

“Nós quase certamente teremos que elevar as nossas provisões legais neste ano, mas isso já está contabilizado em nosso plano financeiro. Eu quero acabar com a incerteza entre a equipe do banco e o mercado de que esse caso pode causar. Um pequeno grupo de pessoas de alto nível, liderada por mim, está focado nisso”, disse em carta eletrônica publicada em seu site.

Quem também veio a público foi o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble. Ele garantiu não estar preocupado com o Deutsche Bank.

“Não, não estou preocupado como Deutsche Bank”, disse o ministro alemão à Bloomberg, em Paris, depois de uma reunião com o ministro das Finanças francês. Schäuble não quis, contudo, acrescentar mais nada sobre este assunto.

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Desconfiança

Segundo Christopher Dembik, economista de Saxo Bank, a desconfiança em relação ao setor bancário foi gerada pela situação dos bancos italianos, cujos créditos duvidosos são estimados em 225 bilhões de euros pelo banco central italiano.

“Isto provocou descrédito para todo o setor bancário europeu”, afirma o analista, em relatório.

Os bancos também estão sob pressão diante da sinalização de políticas de afrouxamento monetário, com reflexo negativo sobre as margens das instituições financeiras.

Na última semana de janeiro, o banco central do Japão surpreendeu o mercado ao adotar taxa de juros negativa. Além disso, o presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, indicou para março mudança na política monetária da zona do euro, com uma nova injeção de estímulo à economia.

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Ásia

Também afetada pela aversão ao risco, a Bolsa de Tóquio fechou em baixa de 5,4% nesta terça-feira, aos 16.085 pontos. Além disso, os rendimentos de bônus japoneses de longo prazo ficaram abaixo de zero pela primeira vez, o iene subiu para um pico de 15 meses e o ouro teve seu maior valor desde junho.

Em Sydney, o índice S&P/ASX 200 recuou 2,88%, a 4.832 pontos.

O índice MSCI, que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão, caiu mais de 1%, com ações na Austrália tendo alcançado o menor nível de fechamento em 2 anos e meio.

Os mercados chineses, no entanto, estão fechados durante esta semana por causa do Ano Novo Lunar.

A bolsa brasileira está fechada para o Carnaval e reabre na quarta-feira (10), a partir das 13h.

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