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Crise financeira

Bolsas mundiais vivem novo dia de caos

As bolsas mundiais voltam a tombar nesta segunda-feira (27), sob temores de que as medidas adotadas por governos e bancos centrais de todo o mundo não sejam suficientes para conter uma recessão global. Na Europa, o dia é de fortes perdas.

Por volta das 8h50 (horário de Brasília), a bolsa de Londres recuava 4,68%, enquanto em Frankfurt, na Alemanha, o índice DAX caía 3,79%. Em Paris, o CAC-40 verificava queda de 6,33%. Na Espanha, a baixa era de 6,06%.

Os mercados financeiros estão muito nervosos na expectativa da divulgação de indicadores macroeconômicos chave esta semana nos Estados Unidos e na Europa. Os analistas prevêem maus resultados trimestrais para as grandes empresas ou não tão bons quanto deveriam para reverter esta situação de pessimismo.

"A crise financeira internacional se tornou catastrófica em outubro. Ela está afetando a economia real, mas hoje ainda é difícil prever sua evolução e sua duração sobre a economia mundial", comentaram analistas do BNP Paribas.

Nas últimas semanas, países europeus têm anunciado cortes nas taxas de juros e injeções bilionárias em bancos em crise, buscando reduzir os efeitos da crise sobre o sistema financeiro e sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

Nesta segunda-feira, foi a vez da Bélgica voltar a agir para salvar um banco: o país anunciou a injeção de 3,5 bilhões de euros no banco KBC. A instituição, que afirma estar protegida de qualquer problema de liquidez ou solvência, era até agora o único grande banco belga que não havia recorrido ao Estado ou a uma instituição estrangeira para enfrentar a crise.

Ásia

Na Ásia, a bolsa de valores do Japão fechou o pregão no menor patamar em 26 anos e a maioria dos mercados asiáticos registrou fortes quedas durante uma sessão caótica. O iene, a moeda japonesa, continuou se valorizando mesmo depois do anúncio de uma série de novas medidas para apoiar os mercados financeiros, entre elas o aumento de um fundo governamental destinado a injetar capital nos bancos em caso de necessidade.

"A perspectiva em termos de crescimento e exportações continua abalada, então é difícil apostar em qualquer rali sustentando dos mercados emergentes", afirmou Win Thin, uma estrategista sênior de moedas da Brown Brothers Harrima, em um email para clientes.

O índice Nikkei da bolsa de Tóquio teve forte variação ao longo da sessão, fechando com queda de 6,36%, no menor nível desde 1982. Ações de empresas como a exportadora Canon despencaram.

A bolsa de Taiwan fechou em queda de 4,65%, aos 4.366 pontos. Em Hong Kong, a bolsa local amargou um tombo de 12,70%, enquanto o índice acionário de Xangai encerrou o pregão com uma desvalorização de 6,32%.

Nas Filipinas, o pregão foi suspenso temporariamente depois que o índice da bolsa local recuou 10%, apesar do mercado de Cingapura ter ficado fechado nesta segunda-feira. Ma Índia, o índice acionário perdia 4,28%, para 8.338 pontos, perto do fechamento.

Na Coréia do Sul, a bolsa conseguiu encerrar o dia com uma leve alta de 0,82%, depois de ter passado a sessão volátil. O resultado foi influenciado pelo corte de juros determinado pelo BC do país, o maior da história.

"Ninguém pode dizer ao certo onde está o patamar de suporte ou onde está o fundo", afirmou Casto Pang, estrategista da Sun Hung Kai Financial, em Hong Kong.

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