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Operador da Bolsa de Mercadorias de Chicago durante os trabalhos de ontem: governo norte-americano pode retomar estratégia da década de 80 para socorrer o mercado. | Amanda Rivkin/AFP
Operador da Bolsa de Mercadorias de Chicago durante os trabalhos de ontem: governo norte-americano pode retomar estratégia da década de 80 para socorrer o mercado.| Foto: Amanda Rivkin/AFP

Pílulas de nervosismo

Fatos do mundo econômico nesta quinta-feira

Confiança

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse ontem que o governo não recuará caso sejam necessárias novas intervenções para garantir estabilidade ao mercado. "O povo americano pode ter certeza que vamos continuar a tomar providências para fortalecer e estabilizar nossos mercados financeiros e melhorar a confiança do investidor", afirmou.

Britânicos

O banco britânico Lloyds TSB anunciou a compra do Halifax Bank of Scotland (HBOS), maior credor imobiliário cotado no Reino Unido, por 12,2 bilhões de libras (US$ 22,2 bilhões). Para que a compra seja possível, o governo está disposto a modificar a lei sobre a concorrência.

Desmentido

Uma fonte próxima ao chinês Citic Group desmentiu que o grupo esteja em negociações para uma possível compra do banco Morgan Stanley. O site da rede de tevê norte-americana CNBC havia informado anteontem que o Morgan encontrava-se em discussões para ser comprado pelo Citic.

Uma ação orquestrada por seis grandes bancos centrais para fornecer mais liquidez ao sistema financeiro internacional e um suposto plano para criação de um fundo do governo dos Estados Unidos para assumir as dívidas podres dos bancos favoreceram altas na bolsas de valores, apesar da grande instabilidade. No Brasil, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa, subiu 5,48%. Já o dólar disparou 3,32%, para R$ 1,93, o maior valor desde 19 de julho de 2007.

A Bolsa de Valores de Nova Iorque fechou em alta de 3,86% no índice Dow Jones, enquanto a bolsa Nasdaq ganhou 4,78%. Os resultados se seguiram a quedas de mais de 4% registradas ontem.

O ânimo começou com a união de forças dos principais bancos centrais do mundo, que anunciaram a injeção de bilhões de dólares nos mercados globais em um esforço dramático para estimular os empréstimos interbancários, congelados pela crise de Wall Street.

Só o Fed, o BC norte-americano, em um movimento surpresa, colocou mais US$ 180 bilhões à disposição dos bancos centrais para que eles possam emprestar recursos para os bancos comerciais locais, uma tentativa de aumentar a liquidez dos mercados.

Além disso, os índices seguiram para o campo positivo tão logo a rede de televisão CNBC informou que o Tesouro norte-americano estuda uma solução similar à colocada em prática nos anos 80 para por fim à crise de poupança e empréstimos. Assim, as autoridades estabeleceriam uma estrutura de financiamento público destinada a assumir as dívidas podres dos bancos e limitar as vendas a descoberto dos papéis financeiros.

A facilidade será semelhante à Resolution Trust Corporation, criada no fim dos anos 1980 para assumir os ativos das instituições de poupança que atravessavam forte crise, acrescentaram as fontes.

O presidente americano, George W. Bush, afirmou que seu governo compartilha a preocupação dos americanos com a crise financeira e insistiu que está fazendo tudo o possível para "fortalecer e dar estabilidade aos mercados". Ele lembrou as medidas econômicas e financeiras "extraordinárias" realizadas nos últimos dias e que, segundo ele, estão dando resultados em oferecer estabilidade aos mercados.

A Bovespa teve dois comportamentos durante o pregão de ontem: um registrado na primeira e na última hora do pregão e, outro, entre estes dois períodos. A ação coordenada pelos seis principais bancos centrais do mundo proporcionou uma arrancada às ações domésticas logo na abertura, mas o vigor não se sustentou, dando espaço para uma volatilidade elevada, acompanhando o mercado norte-americano.

Mas as bolsas norte-americanas dispararam no final da sessão, levando o Ibovespa a fechar com a terceira maior alta porcentual de 2008.

Câmbio

O dólar à vista disparou frente ao real em reflexo a mais um capítulo da falta de vendedores no mercado cambial. O Banco Central decidiu intervir e, de Nova Iorque, Henrique Meirelles, presidente do banco, anunciou a decisão de promover leilões de venda de dólares conjugada com compra futura, operação em que bancos compram dólares da autoridade monetária com o compromisso de revender a moeda em montante idêntico para o BC em prazo pré-estabelecido.

No fim da manhã de hoje, o BC fará um leilão para venda de até US$ 500 milhões, a primeira oferta desse tipo em mais de cinco anos. Oficialmente, o BC afirma que a decisão de retomar as ofertas acontece "em função da restrição de liquidez observada nos mercados financeiros internacionais".

Ações

No Brasil, a recuperação da Bovespa ainda encontrou um terreno favorável, com os preços baratos depois do tombo de 6,74% de quarta-feira. Com tudo isso, e ainda com a alta do petróleo no mercado externo – o contrato para outubro subiu 0,74%, para US$ 97,88 – as ações da Petrobras conduziram a guinada do Ibovespa. Petrobras ON avançou 7,06% e PN, 8,05%. Vale ON teve alta de 7,28% e PNA, de 7,45%. Os ganhos também foram desta magnitude nos setores siderúrgico e bancário.

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