O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo (24) que não vai interferir na política de preços dos combustíveis da Petrobras. As declarações foram dadas em uma conversa com apoiadores e a imprensa, em Brasília. Bolsonaro estava ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes.
"Alguns querem que a gente interfira no preço. A gente não vai interferir no preço de nada. Isso já foi feito no passado e não deu certo. Então, infelizmente, pelos números do preço do petróleo lá fora e do dólar aqui dentro, nos próximo dias, teremos reajuste dos combustíveis", disse o presidente.
Bolsonaro voltou a falar também no "auxílio diesel" prometido por ele para os caminhoneiros, no valor de R$ 400 por mês. "Sabemos que é pouco, mas estamos fazendo isso tudo no limite da responsabilidade fiscal", afirmou.
Privatização da Petrobras
Sobre uma eventual ideia de privatização da Petrobras, já levantada por ele, o presidente disse que tem conversado com o ministro da Economia sobre "o que propor para o futuro" da companhia, mas ressaltou que o tema é difícil. "Privatizar não é botar na prateleira e tudo bem. É complicada a situação. Teríamos privatizado muito mais coisas se não tivesse essa burocracia toda", afirmou.
Também questionado sobre o assunto, Paulo Guedes defendeu que a Petrobras "é um veneno que pode virar vacina". "Cada vez que o petróleo sobe, o combustível sobe, ela tem um resultado melhor. Se nós levarmos a Petrobras para o novo mercado, por exemplo, que é o que está acontecendo com a Eletrobras, vamos transformar esse veneno numa vacina", disse ele.
"Se nós formos para o novo mercado, nós criamos entre R$ 100 e R$ 150 bilhões de riqueza para os brasileiros. Vamos pegar esse dinheiro e vamos ajudar os mais frágeis, vamos acelerar os programas de transferência de renda, fazer os programas sociais.", concluiu Guedes.
Furo no teto e o pagamento do Auxílio Brasil
Jair Bolsonaro também deu mais uma demonstração de apoio ao ministro da Economia, na semana em que Guedes perdeu quatro secretários da pasta. "É uma pessoa que eu deposito total confiança. Foi excepcional o trabalho dele em 2019, melhor ainda em 2020", declarou o presidente da República.
Sobre a polêmica envolvendo o financiamento do programa social Auxílio Brasil, Paulo Guedes reiterou que continua sendo um defensor do teto de gastos, mas justificou a licença para furá-lo, na tentativa de viabilizar o pagamento do Auxílio Brasil no valor de R$ 400.
"Eu sou um defensor do teto, eu vou continuar defendendo o teto, agora o presidente tem que tomar uma decisão política muito difícil. Se ele respeita o teto, ele deixa 17 milhões de famílias passando fome. Então ele tem que pedir uma ação social que proteja a população. E eu tenho que calibrar essa ajuda", disse o ministro.
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