Edifício-sede da Petrobras no Rio de Janeiro.| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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Maior estatal do país, a Petrobras está no foco dos noticiários em meio à disparada recente nos preços dos derivados de petróleo e à incapacidade de atender toda a demanda por combustíveis no mês de novembro.

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Nas últimas semanas, a privatização da companhia voltou à discussão em declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do ex-presidente da petrolífera, Roberto Castello Branco.

A possibilidade de repassar o controle acionário da estatal, caso a ideia fosse adiante, dependeria do aval do Congresso, onde enfrentaria forte resistência. O presidente da Petrobras, o general da reserva Joaquim Silva e Luna, disse que a decisão de privatizar cabe ao governo, enquanto o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque negou haver estudos no sentido de viabilizar a liquidação de ações da estatal.

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A empresa é a 159.ª maior do mundo, segundo a última atualização do ranking da revista norte-americana Forbes, de maio de 2021. Na quinta-feira (20), seu valor de mercado era de R$ 379,1 bilhões.

De 1991 a 2013, a Petrobras foi uma empresa lucrativa – em 2008 o lucro líquido foi de R$ 33,9 bilhões. Em 2014, na esteira dos escândalos de corrupção envolvendo a estatal e revelados pela Lava Jato, a companhia apresentou o primeiro resultado negativo desde 1991, com um prejuízo de R$ 21,5 bilhões. Foram quatro anos consecutivos de perdas, até que em 2018 a estatal voltou a registrar lucro, na casa de R$ 25,7 bilhões, impulsionado pelo aumento na cotação do barril de petróleo no mercado internacional e na valorização do dólar.

A dívida bruta, que em 2013 era de R$ 267,8 bilhões, chegou a R$ 492,8 bilhões em 2015. Naquele ano, a Petrobras começou a se desfazer de uma série de ativos, incluindo campos de petróleo, usinas térmicas, eólicas e de produção de biocombustíveis, refinarias, gasodutos, participações na distribuição de gás, indústrias de fertilizantes e investimentos no exterior.

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No fim de 2020, a dívida bruta estava em R$ 280 bilhões, conforme relatório de resultados divulgado no fim do último exercício. Somente em 2021, novas vendas de ativos, incluindo fatia na BR Distribuidora, a Gaspetro e a refinaria Landulpho Alves (Rlam), somaram R$ 26,86 bilhões, segundo o Observatório Social da Petrobras.

O presidente da Petrobras considera que a empresa está “saneada”. “Aquela empresa endividada não existe mais. Vencemos essa crise, que partiu dos apurados na Lava-Jato. Vencemos a crise da Covid-19. E estamos produzindo na potencialidade, mesmo no momento difícil que a empresa está passando”, disse Silva e Luna em setembro, em audiência na comissão geral da Câmara dos Deputados.

A relação dívida/Ebitda (geração de caixa), que em 2010 era de 1,1 e chegou a 4,8 em 2014, auge da crise na companhia, estava em 2,3 ao fim de 2020. A meta da empresa é chegar a 1,5 até o fim deste ano.

A estratégia é, além de reduzir o endividamento, utilizar os recursos da venda de ativos em investimentos. Hoje, cerca de 35% do caixa que é gerado pelas operações vai para o pagamento de juros da dívida.

Veja a seguir quais foram os principais resultados da empresa nos últimos anos:

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Receita operacional

Ano  Receita de vendas (R$ bilhões)
2005  136,6
2006  158,2
2007  170,6
2008  215,1
2009  182,7
2010  213,3
2011  244,2
2012  281,4
2013  304,9
2014  337,3
2015  321,6
2016  282,6
2017  283,7
2018  349,8
2019  302,2
2020  272,1

Fonte: Petrobras

Lucro líquido

Ano  Lucro líquido (R$ bilhões)
2005  23,7
2006  25,9
2007  21,5
2008  33,9
2009  30,1
2010  32,2
2011  33,3
2012  21,2
2013  23,6
2014 -21,6
2015 -34,8
2016 -14,8
2017 -0,4
2018  25,8
2019  40,1
2020  7,1
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Fonte: Petrobras

Dívida bruta

Ano  Dívida bruta (R$ bilhões)
2005  48,2
2006  46,6
2007  39,7
2008  64,7
2009  100,3
2010  117,9
2011  155,6
2012  196,3
2013  267,8
2014  351,0
2015  492,8
2016  385,8
2017  361,5
2018  326,9
2019  255,7
2020  280,0

Fonte: Petrobras

Investimentos

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Ano  Investimento nominal (US$ bilhões)
2005  10,6
2006  15,5
2007  23,2
2008  29,1
2009  35,4
2010  43,4
2011  43,2
2012  42,9
2013  48,1
2014  37,0
2015  23,1
2016  15,9
2017  15,1
2018  12,6
2019  10,7
2020  8,1

Fonte: Petrobras