O grupo educacional Bom Jesus vai expandir suas fronteiras ao estado do Rio Grande do Sul, onde passa a atuar a partir de 2009 com a incorporação de uma faculdade e sete colégios locais. O anúncio foi feito na manhã de ontem pelo diretor-geral do grupo, Paulo Cunha, durante o Papo de Mercado, ciclo de palestras promovido pela Gazeta do Povo.
Serão integrados à rede Bom Jesus o Colégio Sévigné e o Colégio São Luiz, de Porto Alegre, e os colégios da rede educacional São José e da Divina Providência nas cidades de Rio Grande, Vacaria, Arroio do Meio, Venâncio Aires e Lagoa Vermelha. Já a Faculdades Integradas Sévigné, na capital gaúcha, passa a fazer parte do Centro Universitário Unifae, braço de ensino superior do grupo.
Porta de entrada
O Bom Jesus inicia sua atuação no estado atendendo cerca de 3 mil alunos, mas o diretor do grupo prevê uma breve expansão com o crescimento das redes recém-adquiridas, sem descartar novas aquisições. "Essa é apenas nossa porta de entrada no Rio Grande do Sul", ressalta.
Com a incorporação, a gestão financeira, pedagógica e de recursos humanos das novas unidades passa a ser feitas de forma centralizada em Curitiba. Foi esse modelo de gestão que possibilitou o crescimento vertiginoso do grupo franciscano nos últimos 12 anos. Fundado em 1896, o grupo Bom Jesus era composto até 1996 por duas unidades com 3,6 mil alunos e 400 funcionários em Curitiba. Contabilizada a nova operação no Rio Grande do Sul, hoje são 25 colégios, 8 câmpus e 1 hospital universitário, distribuídos em cinco estados, atendendo a 43 mil alunos próprios e mais 100 mil através de convênios, totalizando cerca de 5 mil funcionários.
Cunha explica que o plano de expansão começou quando o Bom Jesus percebeu a necessidade de ganhar escala para sobreviver no mercado. "Só com escala é possível ser competitivo, mandando, por exemplo, um professor estudar no exterior, além de desenvolver projetos e parcerias para melhorar a qualidade e eficiência do ensino", explica.
Como exemplo prático, o diretor cita a criação de uma joint-venture entre o Bom Jesus e a norte-america Core, maior empresa de tecnologia educacional do mundo, que levou 40 professores da instituição para cursos e treinamentos nos Estados Unidos. Cunha também destaca o fato de todo o sistema de ensino do grupo ser desenvolvido internamente em um centro de pesquisas que conta com mais de 70 professores em regime de dedicação exclusiva e dos alunos do Bom Jesus terem conquistado os primeiros e segundos lugares no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos últimos três anos.
"Sempre que ouço alguém dizer que educação não é um negócio, digo que é um negócio sim, mas um negócio diferente, focado nas pessoas", afirma o diretor.
Entre os objetivos estratégicos do grupo está colocar a Unifae no ranking das 100 melhores instituições de ensino de negócios do mundo até o ano de 2020. "O conceito do nosso negócio é melhorar a vida das pessoas e o projeto é trabalhar com foco na inovação para desvendar o futuro", finaliza Cunha.