O grupo canadense Bombardier lançou nesta terça-feira (9) na França um trem híbrido, que roda tanto a eletricidade quanto a diesel, uma inovação tecnológica que polui menos e pode ajudar a responder à demanda crescente no transporte regional.
Os vagões, que vão circular primeiro na região de Champagne-Ardenne (nordeste), combinam diversas particularidades: "bimodo", ou seja, podem passar da propulsão elétrica ao motor a diesel sem parar; e "bicorrente", podem receber 1.500 ou 25.000 volts. Daí, seu apelido de "bibi".
"Este é o primeiro trem híbrido do mundo", resumiu o presidente da Bombardier Transport André Navarri, na chegada do trem inaugural na estação de Troyes (sudeste de Paris). Delegações de Rússia, Israel e Reino Unido participaram na inauguração do trem híbrido em Troyes.
Imperceptível para o viajante, a transferência do motor elétrico para diesel ou de uma corrente elétrica para outra evita mudar de trem em função do tipo de via ou esperar na estação a mudança do modo de propulsão do motor. Isto evita também que o trem tenha de rodar todo o percurso com o motor a diesel, sendo que uma parte do trajeto pode ser feita a eletricidade.
De Paris a Troyes, "economizamos 20% de CO2 em relação a um trem movido somente a diesel e 60% em relação a um carro", acrescentou Navarri. "A SNCF está acompanhando a lógica do desenvolvimento duradouro", destacou sua presidente, Anne-Marie Idrac.
Preço
Estes vagões, que custam 5 milhões de euros cada, são mais caros que os trens clássicos, da ordem de 10% a 20% a mais, segundo a Bombardier, que conta no entanto, segundo seu presidente, exportar este trem, criado e fabricado em Crespin, no norte.
A região de Champagne-Ardenne desembolsou 40 milhões de euros para comprar oito vagões, "um esforço enorme", destacou seu presidente Jean-Paul Bachy, mas que evita de administrar dois parques de locomotivas, diesel de um lado e elétrico de outro. "Com este trem, vamos também poder responder ao aumento do fluxo de passageiros", explicou Pierre Mathieu, vice-presidente da região, encarregado dos transportes.
As regiões francesas vêem enfrentando há vários anos a explosão do tráfego regional: alta de 53% entre 1996 e 2007, das quais 8,6% em 2006, segundo a SNCF.
Elas se lançaram no início dos anos 2000 num plano de modernização, sobretudo com o pedido de 700 trens regionais à Bombardier, entre eles o "híbrido bibi", que é o último do pacote e foi encomendado por dez regiões.
Desde 2002, as regiões estão encarregadas do transporte regional: elas compram o material enquanto a SNCF, ligada aos grupos locais por convenções de serviço público, explora as linhas.
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