“Bonequinhos” com articulações, peças de roupa e diversos adereços, denominados action figures, representam uma parte significativa das vendas dos produtos da cultura nerd. O segredo do sucesso das principais fábricas dessas miniaturas é utilizar as grandes produções do cinema, quadrinhos ou seriados para o lançamento de novos itens e movimentar esse nicho do mercado. Alguns bonecos chegam a custar mais de R$ 10 mil.
GALERIA: Veja imagens de bonecos do colecionador Marcelo Cordeiro
Os action figures surgiram em 1964 pela gigante produtora de brinquedos americana Hasbro, que inovou ao trazer uma linha de bonecos com uma proposta totalmente diferente das comercializadas até então. Nessa época, surgiam os personagens do G.I Joe que em 1982 teriam seus bonecos e histórias adaptadas para os quadrinhos – em 1983 surgiu o desenho animado e, em 2009, o primeiro filme. A moda dos action figures pegou em todo o mundo e os bonequinhos são hoje ícones cobiçados por muitos.
Palavra de colecionador
Tudo começou com “carrinhos”
Colecionador diecast (miniaturas de veículos) há mais de 10 anos, o fresador ferramenteiro Marcelo Cordeiro de Souza encontrou outra oportunidade de coleção de action figures em 2013, depois de achar algumas peças na internet. “Acabei encontrando por acaso em sites de compras do exterior onde já adquiria miniaturas alguns exemplares de action figures, e fiquei interessado”, diz. Hoje, ele acumula 20 exemplares de temas variados.
Marcelo explica que a principal diferença dos action figures para outros bonecos são as partes articuladas e destaca que eles não são brinquedos para crianças, mas sim colecionáveis nada baratos dentro do mercado brasileiro. Os preços dependem muito do fabricante e do tamanho do produto, variando normalmente entre R$ 200 e R$ 1.200.
Uns dos modelos mais raros de achar são as edições do G.I JOE e Star Wars da década de 70, também um dos mais valiosos. Cordeiro afirma que o exemplar mais caro que viu foi um Optimus Prime do filme Transformers, feito pela empresa Hot Toys, avaliado em R$ 7 mil.
Oportunidade de mercado
Em Curitiba, lojas como a Titoys, do empresário Tiago Bazan Franco, perceberam o potencial de vendas desses produtos e se especializaram em atender os aficionados. No mercado desde 2008, Bazan não dá informações sobre o faturamento, mas diz que o negócio é lucrativo.
“Começamos com uma loja de coleção, justamente por eu mesmo ter meus próprios produtos e existir certa dificuldade de achar algumas peças no Brasil. Na época, eu viajava para fora do país, comprava umas duas ou três peças, ficava com uma para mim e vendia o resto. Com a dificuldade de achar as miniaturas aqui e a demora de até três meses para a chegada de peças importadas, surgiu a ideia de abrir a loja”, explica Tiago.
Os principais temas de action figures procurados na Titoys são bem variados, assim como a idade do público consumidor. “Temos clientes de 18 a 40, 50 até 60 anos”, conta Tiago. Atualmente, a saga Star Wars, a linha dos Cavaleiros do Zodíaco, os super-heróis da Marvel e DC, entre algumas séries televisivas como The Walking Dead e Game of Thrones, representam o maior número de vendas na loja.
Os exemplares mais caros retratam fielmente o personagem real, com roupas em couro ou tecido, cabelos em fio e armas brancas e de fogo (se o personagem usar) em metal.
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