| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Dicas

Saiba que caminhos percorrer para atuar no setor de saúde e beleza:

• Conheça o setor a fundo, vá a eventos de beleza e de saúde, veja o que de mais novo está sendo mostrado e que você poderia oferecer.

• Faça uma análise de viabilidade, salientando oportunidades e ameaças do setor.

• Coloque no papel o valor de mercado de seu estabelecimento, a expectativa de investimento e de retorno.

• Defina o público que será atendido pelo empreendimento.

• Depois, busque a estrutura física e preste atenção à localização (tanto sob o aspecto comercial quanto burocrático, já que a prefeitura pode limitar determinadas atividades devido ao zoneamento urbano).

• Consulte a legislação específica do setor (antes mesmo de iniciar o negócio, já que o local pode requerer reformas específicas para se adequar às leis vigentes).

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O Brasil já se consolidou como terceiro consumidor mundial em um setor que não para de crescer no país: o de beleza. De acordo com a pesquisa Euromonitor, o Brasil só está atrás dos Estados Unidos e do Japão no mercado de cosméticos. Ao mesmo tempo, os brasileiros veem sua expectativa de vida crescer ano a ano, o que amplia as oportunidades no ramo de saúde. Além disso, a diversidade étnica e cultural do povo brasileiro oferece um potencial enorme a ser explorado pelos empreendedores, que, aproveitando da maneira certa as diferenças, podem ver seus lucros irem às alturas. As oportunidades a seguir foram listadas pelo Sebrae-PR, que cruzou dados sobre a busca de informações de empresários do estado com os números de abertura de novos negócios na Junta Comercial do Paraná (Jucepar).

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Foco na vanguarda

A farmacêutica Luciana Dal Berto saiu da faculdade em 1996 com espírito de empreendedora: seu sonho era abrir uma loja de cosméticos. O que não realizou imediatamente: antes, quando ainda morava em Francisco Beltrão (Sudoeste do Paraná), trabalhou em uma farmácia de manipulação e abriu sua própria farmácia. Foi quando se mudou para Curitiba, em 2001, que ela sentiu que era hora de pôr em prática o antigo sonho. "Sempre gostei da área de cosméticos, porque produtos na área da beleza mexem com a autoestima das pessoas", explica.

Com um investimento de R$ 80 mil, Luciana deu o pontapé inicial na sua marca de cosméticos, a Luiza Dal, em homenagem à filha. Quatro anos mais tarde, redefiniu o conceito de seu empreendimento, até então focado na produção de cosméticos. "A industrialização te envolve, eu não conseguia ter foco na marca. Partimos, então, para a área comercial, saindo da retaguarda e entrando na vanguarda", conta. Para isso, a empresária terceirizou a produção.

A receita deu certo. Dez anos depois, Luciana atende 680 lojas em 22 estados. Além da Luiza Dal, que trabalha com produtos de banho e aromatização de ambientes, a empresária lançou a marca Secret Moment, que oferece produtos com foco na mulher, com inspiração na linha de lingeries norte-americana Victoria’s Secret. "A inovação é um fator determinante nesta área. Hoje temos 480 produtos e a cada quatro meses lançamos um novo", conta.

Os próximos dez anos da empresa já estão planejados. Neste mês foi lançada a loja virtual da Secret Moment, que deve ser reforçada nos próximos meses, e até o Dia das Mães de 2012 a Luiza Dal deve ter loja física em algum shopping de Curitiba. "Em menos de dez anos, queremos exportar", almeja Luciana.

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Avaliação do especialista

A terceirização é muito comum na área de cosméticos, porque permite aos empresários se dedicar mais à marca do que ao processo produtivo. Antes de tomar qualquer decisão, porém, é necessário que o empreendedor identifique suas competências. "Há pessoas que são mais técnicas, que preferem ficar na parte da produção, e outras mais dinâmicas, que se voltam à área comercial. Identificar sua habilidade faz com que ela possa ser potencializada", recomenda a consultora do Sebrae-PR Virgínia Allgayer. "Quando falamos aos empresários sobre sociedade, pedimos a eles que analisem bem o perfil de cada um, para distribuírem bem as atividades", explica.

Ser inovador, característica nata de quase todo empreendedor, é fundamental no setor de beleza. "É uma necessidade estar sempre se reinventando, pensar em novas embalagens, incluir o conceito de sustentabilidade. Além disso, é sempre bom estar atento às novas tecnologias", diz Virgínia.

Luciana já se vê como estará no mercado nos próximos anos – algo muito importante para todo empreendedor, segundo a consultora do Sebrae-PR. "Ter um plano delineado, fazer um planejamento estratégico é uma maneira de ajudar na tomada de decisão. Com isso, você direciona suas energias para o que é realmente necessário para a empresa, e consegue definir como quer que sua empresa seja reconhecida no mercado."

De hobby a profissão

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A cabeleireira Elaine Graciela Tibes Pereira abriu, em 2007, um salão de beleza no bairro Campo Comprido, em Curitiba, com um investimento de R$ 10 mil. No ano anterior, a administradora de empresas ficou desempregada e resolveu se aprimorar no que até então era só um hobby: o gosto pelo salão de beleza. "Resolvi fazer um curso básico e fui vendo que podia fazer do hobby minha profissão", conta. Depois de terminar o curso, Elaine trabalhou por quatro meses como freelancer em dois salões de Curitiba, como um estágio para complementar o que aprendeu na sala de aula. "Foi ali que aprendi qual era a dinâmica de um salão, como é seu funcionamento no dia a dia. Vi como se controlam os produtos, como se calculam os lucros."

Ela escolheu um ponto comercial perto de casa e hoje tem duas funcionárias. Para conseguir uma renda extra, Elaine agregou ao salão a venda de lingeries e perfumes e implantou horários adequados à clientela. "Como trabalho em um local pequeno, não há muitas condições de expandir. Para trazer mais lucros, hoje eu ofereço para as clientes lingeries e perfumes. Além disso, para aquelas clientes fiéis, a gente pode dar um ‘agradinho’, atendendo em um horário que fique melhor para elas", ressalta. "Em salão pequeno, tem de saber fazer de tudo: aqui trabalho como cabeleireira, manicure e pedicure", conta.

Para Elaine, há muito espaço ainda para novos salões, principalmente nos bairros, desde que se ofereça aos clientes um "algo a mais". "Tem lugar para todo mundo. Um diferencial é a abordagem com os clientes, nesta profissão você tem de ser um pouco psicóloga. Você tem de ter o feeling para perceber se o cliente está com a autoestima baixa, saber o porquê de ele estar ali", ensina.

Avaliação do especialista

Aproveitar situações de dificuldade – como o desemprego, por exemplo – pode ser uma chance de conseguir colocar em prática aquela vontade de empreender, que fica escondida na rotina de trabalhador com carteira assinada. De acordo com a consultora do Sebrae-PR Virgínia Allgayer, o número de empreendedores que começaram um negócio por oportunidade e não por necessidade aumentou muito em todo o Brasil. "Enquanto está empregada, a pessoa acaba caindo em uma zona de conforto. Mas, com o crescimento do país e as boas perspectivas econômicas, as pessoas podem empreender naquela atividade que mais gostam", explica.

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Fazer estágios é uma ótima maneira de conhecer o negócio a fundo, na avaliação da consultora. Eles permitem conhecer a dinâmica do mercado, avaliar a concorrência e detectar nichos a serem explorados. "É fundamental conhecer o funcionamento do setor. Antes do voo solo, é preciso pesquisar", pontua Virgínia.

Outro passo importante é identificar as necessidades do público e oferecer um serviço personalizado – como no caso da cabeleireira Elaine, que oferece horários diferenciados. "Adaptar-se ao cliente é uma maneira de captá-lo e fidelizá-lo", recomenda. Antes de se arriscar a abrir um negócio no bairro em que mora, porém, o empresário precisa fazer uma grande pesquisa para ver se o mercado da região não está saturado. "É preciso ver como anda a movimentação nos outros estabelecimentos, para ver se há espaço para mais um", pondera.

Serviço:

Luiza Dal e Secret Moment. Loja virtual: www.secretmoment.com.br. (41) 3024-8818.

Salão da Grazi. Rua João Dembinski, 769 B, Campo Comprido, Curitiba. (41) 3279-1734.

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