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Bosch aplica R$ 45 milhões em unidade do PR

Nova linha de produção da fábrica de Curitiba abriu no segundo semestre deste ano | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Nova linha de produção da fábrica de Curitiba abriu no segundo semestre deste ano (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

Grande parte da nossa demanda está aqui na América do Sul e antes tínhamos que trazer as peças dos EUA para abastecer o mercado interno.

A unidade curitibana da Bosch, indústria de peças para automóveis, vai fechar 2014 com um total de R$ 45 milhões em investimentos na sua planta. Na metade do ano a fábrica inaugurou uma nova linha de produção de injeções eletrônicas a diesel, fruto de um investimento de aproximadamente R$ 30 milhões, e em janeiro passa a operar um novo laboratório de testes de motores para monitoramento de emissões de gases, resultado de um investimento de outros R$ 15 milhões.

As inaugurações partem de uma nova estratégia da empresa baseada na produção local de peças para o abastecimento dos seus mercados consumidores. A linha de produção, por exemplo, foi transferida da sede americana da empresa em Charleston, na Carolina do Sul. "Grande parte da nossa demanda está aqui na América do Sul e antes tínhamos que trazer as peças dos Estados Unidos para abastecer o mercado interno", explica o vice-presidente de engenharia da Bosch na América Latina, Mário Massagardi. "Além do mais, existe uma pressão muito grande de produção de conteúdo local que as empresas têm que atender e nós, como fornecedores, temos que acompanhar", afirma. A nova linha substitui a produção de alguns modelos de injeção mecânica, que estão perdendo mercado.

A empresa também precisou treinar seus funcionários de Curitiba para a adoção de novos processos. Cerca de 150 colaboradores da planta paranaense estiveram nos Estados Unidos para ativar a produção local. "Tivemos que fazer um investimento grande no nosso pessoal para acompanhar a evolução do mercado", explica o diretor técnico da Bosch em Curitiba, Angelo Fogolin Neto.

Laboratório

Outro investimento feito foi um laboratório de testes para motores, que terminou de ser construído em setembro e deve passar a operar em capacidade máxima a partir de janeiro. O aporte foi de aproximadamente 6 milhões de euros.

Apesar de a fábrica ser toda voltada para componentes a diesel, o laboratório comporta testes de todos os tipos de combustíveis com motores de até 600 cavalos. As tecnologias empregadas e os equipamentos são os mais modernos da categoria na América Latina.

A estrutura é oferecida para testes de emissões de gases dos motores dos clientes da Bosch. O laboratório também faz simulações de consumo de combustível e do fluxo dos gases dentro do motor.

O prédio foi montado prevendo uma nova sala de testes, que deve ser ativada em 2016. O laboratório é totalmente automatizado e pode funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana.

Mercado fragmentado minimizou efeitos da crise

Apesar da recessão industrial instalada no Brasil e da forte queda no mercado de caminhões e veículos pesados – principal mercado local abastecido pela fábrica curitibana da Bosch –, a recuperação do mercado externo foi suficiente para equilibrar a demanda do que é produzido pela empresa no Paraná.

O mercado brasileiro de caminhões está em queda de 20% nos últimos doze meses, mas, dos volumes produzidos em 2014, cerca de 60% abasteceram os mercados da Europa e Ásia. "Uma coisa compensou a outra e o resultado acabou não sendo tão ruim quanto o desenhado para a média da atividade industrial no país", explica o vice-presidente de engenharia da Bosch na América Latina, Mário Massagardi.

Mercado externo

Fora do Brasil, o mercado de automóveis com motor a diesel é muito mais vasto – nos outros países, não é proibido que carros de passeio sejam movidos pelo combustível. "O mercado externo de carros a diesel é muito bom. Hoje, na Europa, a cada dez carros novos que são vendidos, seis têm motor a diesel", afirma Massagardi.

Para 2015, o executivo espera um acréscimo moderado nos volumes produzidos, com alguma recuperação do mercado brasileiro. "Por isso mesmo, não planejamentos nenhuma alteração no nosso quadro de funcionários", explica.

A unidade curitibana opera em dois turnos, com 2,4 mil funcionários.

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