Cerca de 900 colaboradores da unidade de Curitiba da Bosch, na Cidade Industrial, foram demitidos nesta quinta-feira (18). Além disso, outros três mil funcionários estarão em licença remunerada até o dia 28 deste mês. De acordo com um comunicado oficial da empresa, a crise econômica foi o motivo das demissões, pois houve uma queda drástica nas exportações para os Estados Unidos, Europa e Ásia. E isso ocasionou queda nos pedidos da fábrica e redução na produção.
A fábrica de Curitiba produz sistemas de injeção para veículos com motores movidos a diesel. Segundo o comunicado, investimentos e contratações estão suspensos temporariamente.
A empresa destacou ainda que tentou um acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da região de Curitiba, para que houvesse redução de salários e de carga horária, mas a proposta não foi aceita.
A diretoria do sindicato esteve reunida durante toda a tarde dessa quinta-feira (18) para discutir a situação da Bosch. Segundo o presidente do SMC, Sérgio Butka, a proposta de redução salarial e de carga horária da Bosch não foi aceita porque a empresa não garantia que os empregos seriam mantidos. "A Bosch não tentou fazer acordo, quis fazer uma imposição. Fez apenas uma proposta, ou aceitávamos ou os colaboradores seriam mandados embora", afirmou.
Butka disse que o sindicato apresentou uma proposta para que o contrato desses 900 funcionários fosse suspenso pelo prazo de cinco meses. Nesse período, os trabalhadores receberiam o seguro desemprego e a Bosch complementaria os salários - 30% a 40% dos recebimentos continuariam a ser pagos pela Bosch. Mas, de acordo com o presidente do sindicato, essa e outras propostas não foram aceitas.
Ministério Público do Trabalho e liminar
Nesta sexta-feira (19) o Sindicato dos Metalúrgicos da região de Curitiba (SMC) entrará com uma ação no Ministério Público do Trabalho, para que o órgão intervenha na situação e suspenda as demissões. Se o sindicato não conseguir resolver a situação com o auxílio do MP, entrará na Justiça e tentará obter uma liminar, para que os 900 funcionários sejam recontratados, mesmo que provisoriamente. "Precisamos ganhar tempo e retomar as negociações. Não podemos permitir que 900 pessoas percam seus empregos", disse Butka.
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