As vendas líquidas totais do Grupo Bosch na América Latina cresceram 6,6% em 2015 e atingiram o valor de R$ 6 bilhões. As operações do grupo no Brasil foram responsáveis por 80% desse volume e responderam por R$ 4,7 bilhões. Apesar do resultado positivo em um cenário mais amplo, o segmento de Soluções para Mobilidade da empresa – que é onde atua a fábrica instalada em Curitiba – está enfrentando dificuldades.
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“Os negócios nos setores de Bens de Consumo, Energia e Tecnologia Predial e Tecnologia Industrial apresentam boas perspectivas e continuam a ser os importantes indutores do nosso desenvolvimento na região. Contudo, o segmento de Soluções para Mobilidade se manteve desafiador e impactou os nossos resultados”, afirma Besaliel Botelho, presidente do Grupo Bosch América Latina.
Bosch vai transferir para a Índia produção de bomba injetora feita em Curitiba
Leia a matéria completaDaniel Korioth, vice-presidente da divisão Sistemas Diesel da Robert Bosch América Latina – que opera em Curitiba – afirma que o mercado de veículos comerciais sofreu muito nos últimos tempos. “Comparando com 2014, 2016 mostra uma queda de 60% em seus negócios regionais. Estamos neutralizando [o mau resultado interno] com algumas exportações, mas não compensa. Estamos em uma fase difícil do nosso mercado”, avalia Korioth. Segundo ele, o impacto é geral, entretanto, como a Bosch é líder no mercado, tende a sofrer mais.
O cenário de mercado desfavorável não é a única pedra no sapato da Bosch em Curitiba. Korioth diz que o Paraná carece de atratividade para as indústrias. “Deveríamos ter uma estratégia industrial para o estado. Onde o estado quer estar em dez anos?”, questiona.
Segundo ele, os altos custos de produção no Paraná estão inviabilizando investimentos da Bosch no estado. “Não estamos sendo considerados para futuros projetos em função dos altos custos que nós temos. Infelizmente não teremos investimentos”, afirma. “No Paraná, comparando com São Paulo, temos que dizer que os custos de mão de obra são maiores em 30%”, avalia.
Atualmente, a Bosch em Curitiba emprega cerca de 2.100 pessoas. Segundo Daniel Korioth, apesar do mau momento do mercado, a rotatividade de funcionários na Bosch está dentro do normal e a empresa não está demitindo. “Estamos negociando com o sindicato, com um diálogo franco, aberto, de ver como podemos atingir essa meta comum”, diz. Segundo ele, para atingir este objetivo houve uma série de acordos que envolvem negociações de jornada, gestão de férias e redução de salários.
Investimentos no Paraguai
Um fator que gerou rumores de demissões e de transferência da produção que é feita em Curitiba foi o anúncio da empresa de investir no Paraguai. Korioth afirma que as condições no país vizinho são atraentes, mas que por enquanto não existe a previsão de levar para lá a produção feita em Curitiba. Ele destaca, entretanto, que o país apresenta vantagens de custos em relação à produção no Paraná.
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