A Bosch anunciou ontem que vai demitir 400 funcionários da fábrica de Curitiba, que produz bombas injetoras para sistemas a diesel. O desligamento foi motivado pela crise europeia, pela retração na venda de motores a diesel e pelos custos para a adaptação ao novo padrão de motor exigido no Brasil, com menos emissão de poluentes. A unidade curitibana tem 3,6 mil empregados.
Benefícios adicionais
A empresa propôs um pacote de benefícios adicionais para o pessoal afetado pela demissão em massa. A proposta que foi recusada pelos metalúrgicos do turno da manhã, em assembleia realizada ontem pelo sindicato da categoria , inclui um salário nominal adicional para trabalhadores com um a 10 anos de trabalho; dois salários para os que acumulam de 10 a 20 anos; e 10% do salário por ano trabalhado para os com mais de 20 anos de casa.
A exigência do sindicato é, no mínimo, repetir a proposta de 2009, quando a companhia demitiu 826 trabalhadores. Na época, a Bosch pagou dois salários-base para os funcionários com até 15 anos de empresa, 2,5 salários-base para os trabalhadores na faixa entre 15 a 20 anos e três salários para os com mais de 20 anos. A assembleia que rejeitou a proposta teve participação de 2,5 mil pessoas.
Paralisação
O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba estabeleceu um prazo até segunda-feira para que a Bosch apresente um novo pacote. No caso de nova recusa, o sindicato afirma que não aceitará mais negociar as demissões. Em vez disso, pressionará a empresa por um acordo de permanência dos trabalhadores. A entidade diz não descartar a possibilidade de realizar paralisações na produção.
De acordo com o sindicato, a Bosch já cortou 500 vagas na fábrica de Curitiba desde o início do ano. A empresa nega, e afirma que ainda está analisando a proposta do sindicato.