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Boticário cria rede de parceiros em inovação e planeja aceleradora de empresas para 2017

Pesquisadores do Grupo Boticário em 2014 | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Pesquisadores do Grupo Boticário em 2014 (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

Mesmo com uma equipe de 250 pessoas dedicadas à pesquisa e desenvolvimento (P&D), o Grupo Boticário está criando uma rede de parceiros em inovação. A ideia é acioná-los sempre que a empresa precisar viabilizar um projeto que envolva inovações disruptivas em cosmético e beleza. São cerca de 100 instituições cadastradas como parceiras e o grupo também planeja criar uma incubadora em 2017 para acelerar tecnologias que estejam em desenvolvimento no mercado.

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O projeto começou com a criação de uma área específica dentro do grupo para cuidar do quem chamam de Open Innovation, ou seja, inovação aberta. São profissionais do grupo que estão estudando as melhores formas de a empresa incorporar as tecnologias e inovações que nascem de projetos criados em universidades, institutos de pesquisa, fornecedores e startups.

A primeira solução foi criar uma rede de parceiros em inovação, como já acontece em outras empresas. Já são cerca de 100 instituições nacionais e internacionais compondo a rede de inovação do Boticário. Eles podem ser acionados quando o grupo precisa viabilizar um projeto ou quando identifica uma tecnologia em desenvolvimento no mercado que pode ser incorporada.

“Essa rede é importante para a gente viabilizar projetos de pesquisa e desenvolvimento. Muitas vezes, ao invés de a gente perder tempo desenvolvendo internamente, o que pode levar dois, três, cinco anos, a gente aciona essa rede e vê onde está um pouco mais desenvolvido para conseguirmos acelerar essa tecnologia conforme a necessidade do mercado e do consumidor”, diz Tiago Martinello, gerente de P&D do grupo.

Um exemplo prático dessa parceria aconteceu com um projeto finalizado neste ano que contou com a participação da Natura, Theraskin e Yamá, além do Boticário. As quatro grandes empresas do setor de cosmético – e concorrentes diretas – se uniram ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) para desenvolver nanocápsulas para uso em cosméticos. A fórmula da nanocápsula é compartilhada entre as participantes, mas o que é colocado dentro é sigilo de cada companhia.

Incubadora

Outra ideia em desenvolvimento dentro do Boticário é a criação de uma incubadora que acelerará startups que possuem tecnologias inovadoras . “[Para trazer inovação para dentro do grupo], uma das formas que a gente entende é a aceleração. É a gente pegar empresas que existem no mercado ou tecnologias que existem dentro de empresas e aportar isso dentro do grupo”, afirma Martinello.

É muito possível que o grupo vá buscar a suas futuras incubadas no mercado internacional. Martinello explica que é difícil encontrar startups que atuem na área de indústria cosmética no Brasil. Os negócios internacionais podem vir a suprir essa lacuna. Mas Artur Grynbaum, presidente do grupo, não descarta a possibilidade de receber candidaturas de empresas brasileiras. Ele também afirma que a iniciativa da incubadora deve sair do papel em 2017.

Centro de P&D

Apesar dos novos projetos em inovação, o centro de P&D não vai perder a sua relevância dentro do grupo. O espaço de 8 mil metros quadrados instalado junto à fábrica em São José dos Pinhais foi responsável por trazer 1,3 mil novos produtos ao mercado neste ano.

“Não existe uma regra. Cada vez que surge um necessidade, a gente atua de uma forma. Por isso, é importante ter uma rede grande [de parceiros] para conseguir trazer a velocidade de inovação que o mercado exige”, explica Martinello. “Não queremos ficar a reboque das novas tecnologias que surgem no mercado”, resume o presidente do grupo paranaense.

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