O Boticário superou a Natura na venda de perfumarias no Brasil no ano passado, segundo o Instituto Euromonitor. O país, que em 2010 havia ultrapassado os Estados Unidos como o maior consumidor mundial desse setor, vendeu R$ 15,6 bilhões em perfumes em 2013. Os dados de participação de mercado das empresas, no entanto, não foram divulgados.
Até 2012, a paulista Natura tinha cerca de 33% de participação no mercado de fragrâncias brasileiro, mas vinha perdendo pontos ano a ano para a concorrente, de acordo com relatório de agosto de 2013 do instituto internacional de pesquisa.
A mudança nas posições acompanha a recente expansão do grupo Boticário, que informou ter investido R$ 357 milhões no ano passado em infraestrutura. Os perfumes que alavancaram a empresa de farmácia de manipulação a indústria são produzidos na fábrica de São José dos Pinhais, na região de Curitiba, na qual a previsão de gastos era de R$ 87 milhões.
Fora do Paraná, o grupo ainda começou, ontem, a operação em fase de testes de um centro de distribuição de R$ 155 milhões instalado em São Gonçalo dos Campos (BA), onde também deve inaugurar uma segunda fábrica de cosméticos. O centro servirá para abastecer o mercado nas regiões Norte e Nordeste.
Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal (Abihpec), o mercado de perfumes nacional continua pulsante. Em 2013, a produção nacional somente da indústria (sem contar impostos, transporte e varejo) somou quase R$ 6,3 milhões. É cerca de 17% a mais do que no ano anterior e 68% a mais do que em 2009.
Estratégia
Na disputa desse e de outros mercados de beleza, Boticário e Natura têm usado estratégias diferentes. Enquanto a marca paulista mantém o sistema de vendas por catálogo, o Boticário buscou diversificar formas de venda nos últimos anos, para não depender tanto das franquias a marca é a maior franqueadora do Brasil.
Em entrevista a Gazeta do Povo, em julho passado, o fundador do Boticário, Miguel Krigsner, afirmou que o foco do grupo permanece o mercado interno, impulsionado pela ascensão da classe C.