A crise econômica não parece afetar os planos da fabricante de perfumes e cosméticos O Boticário. Mesmo com a turbulência financeira que atingiu os quatro cantos do mundo a partir de setembro do ano passado, a empresa conseguiu crescer 25% em 2008 e bater, pela primeira vez, a marca de R$ 1,04 bilhão em faturamento. A rede de lojas franqueadas, por sua vez, cresceu 20% e atingiu R$ 2,8 bilhões em receita.
"Foi um ano bom. Conseguimos crescer mais que o mercado (que teve avanço de cerca de 15%) graças a uma combinação de ampliação de lojas, aumento do mix de produtos e ações de marketing", diz Artur Grynbaum, presidente da empresa.
Agora, segundo ele, o Boticário prepara-se para colocar em prática um plano de investimento de R$ 320 milhões, que inclui a expansão da capacidade de produção em 40% até 2012 e a construção de um centro de distribuição no interior de São Paulo. Juntos, esses dois projetos vão consumir R$ 170 milhões.
Os outros R$ 150 milhões serão investidos neste ano em marketing, cuja verba será 40% maior do que a do ano passado.
"A crise afeta a todos, mas o mercado de cosméticos e perfumaria sofre menos porque tradicionalmente o consumidor gasta mais com esse tipo de produto em épocas de dificuldade", afirma Grynbaum. Isso ocorre porque são produtos de baixo valor, que continuam com vendas em alta mesmo em tempos difíceis. "E nossos investimentos também são uma aposta na expectativa de que a economia vai melhorar nos próximos anos", completa.
De acordo com ele, a previsão para este ano é de um crescimento menor, mas ainda assim acima do avanço do Produto Interno Bruto (PIB). "Esperamos algo pouco acima de 10%. Mas vamos sentir mesmo como vai ser o ano a partir de março, depois das férias e do carnaval", afirma. De acordo com ele, a empresa vai investir no aumento dos esforços de marketing para contornar os efeitos da crise. "Fechamos o patrocínio do programa Fantástico, de R$ 54 milhões, e antecipamos campanhas promocionais", diz.
Uma preocupação da empresa, porém, é com a alta do dólar. "Hoje 35% dos nossos custos são atrelados à moeda americana. Tivemos que adiar o fechamento de novos contratos anuais com nossos fornecedores à espera da estabilidade na cotação", afirma.
De acordo com o executivo, recursos para os investimentos devem sair principalmente do caixa da empresa, que no ano passado também foi engordado pelos resultados financeiros. Os dados do balanço anual só serão divulgados em março, mas o executivo adianta que o lucro líquido cresceu 45% em 2008 na comparação com o ano anterior, quando atingiu R$ 143,6 milhões.
Alvo constante de especulações sobre sua venda, a empresa diz que não tem interesse em atrair mais sócios. Hoje, 2,41% do Boticário pertence ao Votorantim Asset Management, braço do banco de mesmo nome, que em outubro do ano passado comprou essa participação do IGP, fundo do grupo GP. Com a transação, o GP saiu do negócio.
Do total de R$ 170 milhões previstos em investimentos até 2012, Grynbaum conta que R$ 85 milhões irão para a ampliação da fábrica, localizada em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, que hoje produz 80 milhões de unidades por ano dentre perfumes, desodorantes, xampus, sabonetes, cremes, maquiagens e loções. A outra metade será aplicada no centro de distribuição localizado em Registro (SP), que terá aproximadamente 30 mil metros quadrados e deve ficar pronto no segundo semestre de 2009.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast