A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) sobe acompanhando os mercados americanos na expectativa de que o Fed (banco central americano) corte a taxa básica de juros dos Estados Unidos. A previsão é de que a decisão seja anunciada às 15h15. Antes, porém, o Fed injetou US$ 9,75 bilhões no sistema financeiro americano.
Às 12h50, o Ibovespa, principal indicador do mercado de ações brasileiro, subia 1,31%, para 55.062 pontos, com movimentação financeira de R$ 1,712 bilhão. O volume é baixo para o horário, o que mostra cautela dos investidores nas negociações. O dólar caía 0,89%, para R$ 1,903. O risco-país caía 3%, para 194 pontos.
No mesmo horário, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subia 0,74% e o SP 500, outro índice do mesmo mercado, tinha alta de 0,81%. O eletrônico Nasdaq subia 0,61%.
Corte da taxa do Fed é esperado para conter crise
Desde o agravamento dos problemas envolvendo as hipotecas de maior risco (subprime), que resultou em uma forte turbulência financeira, a redução na taxa básica de juros da economia americana é apontada como medida de contenção da crise, que resultou em restrição de crédito e obrigou os bancos centrais ao redor do mundo a injetar liquidez no sistema financeiro.
O corte no juro é dado como certo, mas não há um consenso quanto ao tamanho da redução - de 0,25 ponto percentual ou 0,5 ponto. Para a Concórdia Corretora, a probabilidade maior é de diminuição de 0,25 ponto, com o Fed reafirmando sua posição de que fará o que for necessário para conter os efeitos adversos da crise de crédito na sobre a economia real. Posição essa afirmada pelo presidente do Fed, Ben Bernanke, em seus recentes pronunciamentos.
Caso confirmado, este será o primeiro corte de juros dos EUA desde junho de 2003, quanto a taxa foi reduzida para 1% ao ano. Em junho de 2004, o Fed deu início ao movimento de aperto monetário, que durou exatamente dois anos, com a taxa chegando a 5,25% em junho de 2006, patamar que vem sendo respeitado desde então.
Lehman Brothers tem primeira queda no lucro desde 2002
Apesar de a grande expectativa dos investidores nesta terça-feira ser a taxa do Fed, outras notícias também influenciam o mercado. O Lehman Brothers divulgou a primeira queda de lucro trimestral desde 2002 . O recuo de 3,2% nos ganhos do terceiro trimestre fiscal dos Estados Unidos foi causado por baixas contábeis relacionadas a hipotecas e posições de empréstimos alavancados.
Além disso, foi divulgado a queda de 1,4% nos preços ao produtor nos Estados Unidos no mês passado . O declínio foi mais intenso do que as expectativas de muitos economistas, que apostavam em um recuo de 0,3% a 0,4%.
BCE injeta mais 150 bilhões de euros no mercado
Pela manhã (horário de Brasília), o Banco Central Europeu (BCE) fez também uma injeção de 155 bilhões de euros no mercado financeiro da região, a uma taxa de juro mínima de 4,15%. Esta operação de financiamento vence em 26 de setembro e tem sido realizada às terça-feiras para injeção de liquidez na zona do euro.
No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que as vendas do comércio no país subiram em julho , completando o sétimo mês consecutivo de aumento.
Na Inglaterra, as ações do banco hipotecário britânico Northern Rock subiram mais de 10% nesta terça depois de o governo britânico dizer que protegerá todos os depósitos dos correntistas na instituição . Desde sexta-feira, com o anúncio de um empréstimo emergencial para a instituição, os correntistas fizeram filas nas agências da empresa para sacar suas economias.
Bolsas sobem na Europa
Nesta terça-feira, na Europa, o índice da bolsa de Londres FTSE subia 1,35%. O CAC, de Paris, tinha alta de 1,53% e DAX, de Frankfurt, tinha alta de 0,68%. Na Ásia, os principais mercados fecharam em queda. Em Tóquio, o índice Nikkei 225 cedeu 2,02%, para 15801,80 pontos, um dia depois de essa praça não operar por causa de feriado.
Em Hong Kong, o Hang Seng diminuiu 0,09%, para 24576,85 pontos. O Kospi, de Seul, caiu 1,77%, ficando em 1838,61 pontos. O Shanghai Composite Index, de Xangai, foi exceção - encerrou aos 5425,20 pontos, com elevação de 0,07%.
Na vespera da decisão, os investidores ficaram apreensivos e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda e o dólar em alta.