A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) começou de forma negativa o mês de fevereiro. No pregão desta segunda-feira (2) o Ibovespa, principal indicador da bolsa nacional, apontou baixa de 1,61%, aos 38.666 pontos.
O papel Bradesco PN foi um dos destaques negativos do pregão, recuando 2,74%, para R$ 20,23, depois que o banco reportou queda de lucro e rentabilidade no quarto trimestre, além de prever aumento da inadimplência este ano. A movimentação financeira da sessão ficou na casa de R$ 2,6 bilhões.
Seguindo a tendência
Ao longo do dia, a Bovespa acompanhou o movimento dos principais mercados mundiais, que registram perdas com temores sobre a economia dos EUA e com as medidas que podem ser adotadas pelas autoridades do país para enfrentar a crise.
Nesta segunda-feira (2) foram divulgados os gastos com consumo nos EUA, com um aumentaram de 0,3% em 2008, o menor desde a alta de 0,2% em 1991. Também foi anunciado que os gastos em construção tiveram queda recorde de 5,1% no ano passado. Em dezembro, a queda foi de 1,4%, totalizando uma taxa anualizada sazonalmente ajustada de US$ 1,054 trilhão.
Os investidores aguardam ainda uma sinalização mais clara sobre a criação de uma instituição (bad bank) para comprar os ativos "podres" que estão nas mãos dos bancos. No final da sexta-feira, saíram notícias indicando que o governo protelaria essa nova ajuda ao setor financeiro.
Volatilidade
"Volatilidade ainda é a palavra. Nós ainda vamos coletar dados muito fracos, balanços fracos e, o que é pior, com perspectivas também de fraqueza", afirmou Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora, sobre as perspectivas de curto prazo.
Segundo ele, dois eventos que poderiam "destravar o mercado" são uma solução um pouco mais definitiva para o sistema financeiro global e as perdas de bancos com crédito e a aprovação do pacote de estímulo econômico de Barack Obama "sem muitos penduricalhos".
Panorama global
Em Wall Street, esses fatores combinados fazem os indicadores operarem em queda. Por volta das 18h de Brasília, o índice industrial Dow Jones perdia 1,50%, a 7.880 pontos. O indicador ampliado S&P 500 recuava 1,44%, enquanto o tecnológico Nasdaq perdia 0,04%.
Na Europa, os mercados acionários fecharam em queda, pressionados por fortes baixas em ações dos setores de energia e bancário. Os negócios ainda foram influenciados por preocupações com a economia dos Estados Unidos.
O índice FTSEurofirst 300, que acompanha as principais ações do continente, recuou 2,57%, para 776 pontos, com bancos e petrolíferas contribuindo com as maiores perdas. Entre os principais mercados, Londres teve queda de 1,73%, Frankfurt recuou 1,55% e Paris teve baixa de 2,17%.
Janeiro
Na sexta-feira, último dia de negócios de janeiro, o Ibovespa teve queda de 0,85%, para 39.300 pontos. Com o resultado, a Bovespa acumulou ganhos de 4,6% no mês de janeiro. Trata-se da segunda alta mensal consecutiva da bolsa nacional, que já havia acumulado variação positiva de 2,6% em dezembro.
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