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Bovespa acompanha mercados internacionais em novo dia de queda

O pessimismo em torno da questão das dívidas públicas na Europa puxa a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) para baixo nesta segunda-feira (5). O Ibovespa, índice de referência do mercado, recuava 2,72%, aos 54.994 pontos, por volta das 15h45. O volume de negócios está em R$ 2,2 bilhões, num dia de poucos negócios, por causa do feriado do Dia do Trabalho nos EUA, o que fechou os mercados americanos.

No mercado de câmbio, o dólar comercial avança 0,91%, negociado a R$ 1,649 na venda e a R$ 1,651 na compra.

O risco de rebaixamento da dívida soberana da Itália pesou negativamente nos mercados e derrubou o pregão das bolsas europeias. Segundo a Bloomberg News, os rumores de um rebaixamento iminente ganharam força com a divulgação de um relatório do banco francês Société Generale.

O assunto voltou à tona por rumores de que novas notas devem ser divulgadas em breve, já que as agências Standard and Poor's e Moody's colocaram em revisão a nota de crédito soberano da Itália em maio e junho, respectivamente, citando as baixas perspectivas de crescimento econômico.

Em nota, a Moody's afirmou nesta segunda-feira que seu rating "Aa2" para a Itália continua em revisão, o que significa que pode sofrer um rebaixamento.

Em Londres, o índice Financial Times 100 fechou em baixa de 3,58%, a 5.102 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 5,28%, para 5.246 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 perdeu 4,73%, a 2.999 pontos. Em Milão, o índice Ftse-Mib teve desvalorização de 4,83%, para 14.333 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 retrocedeu 4,69%, a 8.066 pontos. Em Lisboa, o índice PSI20 encerrou em queda de 2,82%, para 6.158 pontos.

Os analistas do banco afirmaram em relatório que parecia "provável" uma piora da nota de crédito da Itália pelas três principais agências de rating diante das atuais perspectivas econômicas e orçamentárias do país e também devido às incertezas sobre a capacidade de financiar a dívida do país no mercado.

A pressão do mercado foi intensificada na véspera do início da discussão do pacote de austeridade do primeiro-ministro Silvio Berlusconi no Senado, que começa nesta terça-feira. O plano prevê cortes de 45 bilhões de euros (US$ 64 bilhões). Ao mesmo tempo, o maior sindicato do país planejou greves em todo o país contra as medidas previstas no plano de Berlusconi.

"As soluções dependem muito de decisões políticas, para cortar gastos públicos e liberar pacotes. Isso já está se arrastando há um ano e meio", analisa o gestor de renda variável da Yield Capital, Hersz Ferman, referindo-se às situações, sobretudo, da Grécia e da Itália.

Além disso, dados sobre a atividade econômica voltaram a gerar preocupação para o setor de serviços. Na China, o PMI (Índice de Gerente de Compras) de serviços medido pelo banco HSBC caiu para 50,6 em agosto, ante 53,5 em julho, ampliando as evidências de que a segunda maior economia do mundo está desacelerando.

Na Europa, o PMI dos países da zona do euro caíram de 51,6 pontos, em julho, para 51,5 pontos, em agosto, mantendo a estimativa já divulgada. É o pior nível desde setembro de 2009. Os índices PMI indicam retração quando ficam abaixo de 50 pontos.

Para piorar o quadro, a derrota eleitoral do partido da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, no fim de semana trouxe pessimismo para as perspectivas de uma solução para o problema.

Com isso, as ações de bancos contribuem para as quedas registradas nas bolsas da Europa nesta segunda-feira. O Royal Bank of Scotland (RBS), o Société Générale e o Deutsche Bank AG estão entre as instituições processadas pela Agência Federal de Financiamento Imobiliário dos Estados Unidos (FHFA, na sigla em inglês), sob acusação de enganar as agências Fannie Mae e Freddie Mac em negócios em títulos garantidos por hipotecas residenciais.

Também estão na lista da FHFA o Bank of America, o Citigroup, o Goldman Sachs, o JP Morgan Chase e o Morgan Stanley. Ao todo, são 17 as entidades contempladas nas ações ajuízadas em tribunal estadual ou federal em Nova York e em tribunal federal em Connecticut.

Na avaliação do gestor de renda variável da Máxima Asset Management, Felipe Casotti, a Bovespa opera nesta segunda-feira influenciada pelo cenário externo, mesmo com as bolsas americanas fechadas, por causa de feriado nos EUA.

"Perdura a preocupação com o crescimento da economia global", diz Casotti, completando que o feriado nos EUA leva a uma redução do volume de negócios na Bovespa.

No mercado local, puxam o índice para baixo as chamadas blue chips, ações mais negociadas. Petrobras PN perdia 1,96%, a R$ 19,97, Vale PNA recuava 2,13%, a R$ 39,49, e OGX Petróleo ON retrocedia 1,91%, a R$ 11,27.

Ásia também fecha em baixa

Merece atenção ainda dos investidores a entrevista da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, à revista alemã Der Spiegel. Ela alertou que a economia mundial enfrenta risco de desaceleração, mas que uma recessão pode ser evitada se a comunidade internacional trabalhar em unidade.

Os mercados acionários da Ásia fecharam em baixa, levando em conta o encerramento negativo de Wall Street na sexta-feira passada, quando Dow Jones, Nasdaq e SP 500 cederam mais de 2%, depois de o governo informar que a economia dos EUA não gerou empregos em agosto.

Em Tóquio, o Nikkei 225 declinou 1,86%. O Hang Seng, de Hong Kong, caiu 2,95% e, em Xangai, o recuo foi de 1,96%. O indicador Kospi, de Seul, registrou perda de 4,39%.

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