O comportamento das bolsas americanas, que neste mês oscilam ao sabor dos resultados das corporações no segundo trimestre do ano, segue influenciando, nesta terça-feira, o humor dos mercados globais, inclusive de países emergentes.
Assim, acompanhando a retração de Wall Street, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) manteve a tendência de queda durante toda a primeira parte do dia. Às 13h, o Ibovespa recuava 1,09%, aos 35.746 pontos e volume de apenas R$ 927 milhões. O dólar comercial segue em alta. No mesmo horário, a variação atingia 0,18% e o valor de venda, R$ 2,1850. O risco-país, termômetro da confiança dos investidores na economia brasileira, subia 1,65%, chegando aos 246 pontos.
Segundo Sidnei Moura Nehme, economista e diretor-executivo da corretora de câmbio NGO, os mercados seguem "titubeantes" e sem tendências efetivas nesta terça-feira devido à ausência de indicadores que possam sinalizar os rumos dos juros americanos, grandes balizadores do humor dos investidores.
As pequenas oscilações, aliadas aos reduzidos volumes de negócios na Bovespa demonstram que os investidores estão cautelosos, à espera da definição sobre os rumos dos juros nos Estados Unidos a partir de agosto. A análise é do responsável pela área de equity sales da corretora Brascan, Rodrigo Aché.
O statement (ata) do Fed (banco central americano), a ser divulgado na próxima semana, será um indicador de pausa ou de seqüência na alta da taxa de juro. Até lá, os investidores de países emergentes vão se manter cautelosos, realizando poucos negócios explicou.
Rodrigo Aché lembrou que a ausência dos investidores estrangeiros da bolsa paulista, cuja presença atrai também investidores nacionais, tem contribuído igualmente para um montante de negócios reduzido.