Caminhão da Pepsi nos EUA: companhia estreou temporada de balanços com números animadores| Foto: Chip East/Reuters

Reservas internacionais batem recorde

As reservas internacionais do Brasil atingiram o maior nível da história ontem, chegando a US$ 231,5 bilhões, segundo informações do Banco Central. Na quarta-feira, as reservas eram de US$ 226,5 bilhões. O Banco Central aumentou a compra de dólares no mercado no último mês, na tentativa de conter, ao menos em parte, a valorização do real frente ao dólar. Esse movimento ajuda a compor as reservas internacionais.

Em setembro, foram US$ 3,48 bilhões comprados, a maior intervenção para segurar a queda da divisa desde abril de 2008. Com isso, a instituição já recomprou praticamente todos os dólares vendidos entre outubro e fevereiro, quando a crise financeira internacional interrompeu o fluxo de capitais para o Brasil.

Além disso, no início deste mês o BC intensificou ainda mais as compras. Dados da autoridade monetária apontam que, de 30 de setembro até ontem, as reservas internacionais do país subiram em mais de US$ 7 bilhões.

Um dos motivos que podem ter levado a essa intensificação na última semana é a oferta inicial de ações (IPO) da filial brasileira do banco Santander no país, realizada na terça-feira. Com a operação, o banco levantou R$ 14 bilhões e atraiu muitos investidores estrangeiros para o mercado brasileiro, o que pode ter pressionado ainda mais a cotação do dólar para baixo.

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São Paulo - A Bovespa encerrou a semana acima dos 64 mil pontos, patamar que não era atingido desde o fim de junho de 2008. Na semana, a Bolsa de Valores de São Paulo conquistou valorização de 4,74%. O último pregão antes do feriado de segunda-feira foi de alta, com a bolsa demonstrando sintonia com o ritmo do mercado externo. O índice Ibovespa, o mais importante do mercado local, chegou a cair no começo do dia. Mas logo se recuperou, para terminar o pregão com apreciação de 0,49%, aos 64.071 pontos. No ano, o Ibovespa está com alta de 70,63%.

"O Ibovespa deve dar sequência no ritmo na próxima semana, em busca dos 66 mil pontos, objetivo do atual movimento de alta. Mas a bolsa continua sujeita a pequena realização, caso alguma notícia decepcione, já que a magnitude e a velocidade da alta recente acabaram surpreendendo positivamente", diz José Góes, economista da WinTrade.

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Já em ritmo de feriado, a Bo­­vepa registrou ontem um volume de negociações menor do que a média do mês. Principalmente pela tarde, as operações dos investidores locais encolheram bastante. O giro ficou em R$ 4,79 bilhões, 30% abaixo da média diária de outubro.

Mas os estrangeiros mantiveram o apetite durante todo o pregão. A categoria tem tido relevante papel no expressivo resultado de 2009. No ano, os estrangeiros trouxeram quase R$ 19 bilhões líquidos para a bolsa. Apenas na primeira semana deste mês, as compras que fizeram superaram as vendas em cerca de R$ 900 milhões. Para o capital externo, o resultado da Bovespa no ano é ainda mais expressivo. Sua alta, quando contabilizada em dólares, alcança os 129,3% no acumulado do ano.

Na semana, quase todas as ações mais negociadas terminaram com ganhos. Dos 63 papéis do Ibovespa, apenas 2 caíram no período. A lista das ações que mais se apreciaram na semana incluiu papéis de diferentes segmentos. No topo, ficou TIM Participações ON, que ganhou 13,63%. Em seguida vieram Braskem PNA, com alta de 13,10%, MMX Mine­­ração ON (12,77%), Bradespar PN (11,09%) e Klabin PN (10,75%). Na outra ponta figuraram Gol PN, com baixa de 3,54%, e Embraer ON, que caiu 1,18%.

O grande assunto na bolsa nesta semana foi a estreia, na quarta, dos novos papéis do Santander – que não faz parte do Ibovespa. Decepcionando a muitos, que esperavam obter ganhos rápidos, o papel registrou baixa de 2,68% na semana.

O clima positivo no mercado internacional tem ajudado o mercado brasileiro a manter seu ritmo de recuperação. O início da safra de balanços do terceiro trimestre, que mostrou nos EUA resultados melhores que os esperados para Alcoa e PepsiCo, aumentou o otimismo dos investidores.

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A moeda norte-americana encerrou a semana cotada a R$ 1,737. Com recuo de 0,12% ontem, o dólar acumulou perda semanal de 2,31%. No ano, a depreciação alcança 25,58%. A entrada de recursos externos na Bolsa de Valores, fomentada pela oferta gigante de ações feita pelo Santander, tem sido um dos pontos de pressão sobre o câmbio. O dólar está em seu mais baixo nível em 12 meses.