São Paulo A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta pelo quinto dia seguido ontem e renovou seu recorde, na esteira do bom desempenho do mercado internacional. O principal indicador da bolsa paulista (Ibovespa) ganhou fôlego com o cenário otimista e subiu 0,59%, tendo fechamento recorde aos 55.699 pontos. A sessão também registrou patamar inédito durante os negócios, aos 55.782 pontos. O volume financeiro ficou em R$ 3,7 bilhões nesta sessão, em linha com a média diária do ano.
A alta do dia eleva o ganho no ano para 25,2%. No ano passado o índice avançou 32,9%. "A nossa projeção de Ibovespa é de 62.200 pontos para o final do ano. Pode ser mais, se continuar esse clima positivo", disse Álvaro Bandeira, diretor da Ágora Senior CTVM, a maior do país.
Para a consultoria Austin Rating, a Bovespa pode render em torno de 17% nesse segundo semestre e fechar o ano em 65 mil pontos, impulsionada por expectativas de que o país atinja o grau de investimento em 2008, aumento de ofertas públicas, bom desempenho das empresas, estabilidade da política econômica e um vigoroso crescimento da economia mundial.
Estes mesmos fatores levam o analista Fausto Gouveia, do Win (home-broker da Alpes Corretora), a prever crescimento bem fundamentado da Bovespa até o fim do ano. "A alta não é um movimento só nosso, é global. Dow Jones, nos Estados Unidos, e o índice DAX, na Alemanha, estão com o mesmo tipo de gráfico." Por isso, diz Gouveia, o desempenho observado na Bovespa está longe de configurar uma bolha especulativa. A alta é mais "precificada" aqui, com preços de ações mais altos, por dois fatores: "A Bovespa está mais atrasada em relação a outros mercados, e países em véspera de receber o Investment Grade tendem a ter um crescimento maior."
Em Nova Iorque, que encerrou o pregão às 14 horas (horário de Brasília) por conta do feriado do Dia da Independência, hoje, o Dow Jones avançou 0,31%. Na Europa, as ações fecharam no maior patamar em duas semanas.
O dólar fechou em baixa, animado pelo desempenho favorável das bolsas de valores. As recentes quedas do dólar, porém, estimularam ajustes de posição que ajudaram a manter a taxa estável. A moeda norte-americana encerrou cotada a R$ 1,9110, com baixa de 0,26%.