A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda nesta sexta-feira, após um dia instável. O Ibovespa, principal indicador brasileiro, caiu 0,54%, a 45.778 pontos, um dia depois de atingir o maior nível desde 3 de outubro. Na semana, o índice subiu 0,53%, o que significa a sexta semana consecutiva de alta. O dólar comercial fechou em alta de 0,73%, cotado a R$ 2,1940. O volume de negócios foi de R$ 4,100 bilhões. Em Wall Street, as bolsas fecharam no território positivo, após oscilarem ao longo do dia. O índice industrial Dow Jones ficou praticamente estável, mas avançou 0,07%, enquanto o Nasdaq, das ações de tecnologia, teve alta de 0,16%. O S&P 500 ganhou 0,50%. Depois das altas de mais de 1% registradas na quinta-feira aqui e nos Estados Unidos , ao longo do dia os investidores aproveitam para vender ações e embolsar lucros.

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Nesta sexta-feira, a atenção do mercado esteve voltada para os resultados do Citigroup, que descontado o pagamento de dividendos, ganhou US$ 1,6 bilhão nos três primeiros meses do ano. Já se considerado o desembolso aos acionistas, o banco mostra prejuízo de US$ 966 milhões. Independente disso, o resultado ficou melhor que o esperado. As ações do banco recuam 5,99%, a US$ 3,77.

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano, Ben Bernanke, defendeu nesta sexta-feira a inovação financeira, mas condenou a complexidade de produtos feitos para confundir consumidores.

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Segundo o assessor de investimento da Corretora Souza Barros, Luiz Roberto Monteiro, o mercado antecipou muito os resultados dos bancos americanos e agora travou um pouco com a divulgação dos números. No dia 10 de março, quando o Citi anunciou ter acumulado lucro nos dois primeiros meses deste ano, as bolsas dispararam em todo o mundo. Nesta semana, Goldman Sachs e JP Morgam também anunciaram lucros no primeiro trimestre. O Wells Fargo, que ainda não divulgou seu resultado oficialmente, antecipou que também deve apresentar resultado positivo.

Ainda de acordo com Monteiro, os investidores estão muito alavancados e alguns setores passam por leve realização de lucros tanto aqui quanto lá fora nesta sexta-feira, entre eles os segmentos de energia e matérias-primas.

A General Electric (GE) também apresentou o balanço para o três primeiros meses do ano. O lucro da empresa caiu 35% no comparativo anual, para US$ 2,9 bilhões. Apesar da contração, o ganho ainda ficou acima do esperado. Os papéis da GE ganham 0,26%, a US$ 12,53.

Na quinta-feira, após o encerramento do pregão, a gigante da internet Google anunciou que encerrou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido de US$ 1,422 bilhão (US$ 4,49 por ação). O resultado representa um crescimento de 8,8% em relação ao mesmo período de 2008, quando o ganho somou US$ 1,307 bilhão (US$ 4,12 por ação).

Já as ações da GM seguiram em queda livre e hoje perdem 3,61%, a US$ 1,87%. O presidente-executivo da General Motors, Fritz Henderson, afirmou hoje que a montadora ainda pode se reestruturar fora do tribunal, mas advertiu que é mais provável que a companhia precise entrar com pedido de proteção contra falência para completar o processo.

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Segundo dados preliminares divulgados nesta sexta-feira, a confiança do consumidor americano subiu em abril. O indicador que mede esse sentimento passou de 57,3 em março para 61,9 agora, conforme pesquisa da Universidade do Michigan divulgada há pouco. Economistas previam leitura de 59.

Bovespa

Dentro do Ibovespa, Vale PNA perdia 0,17%, para R$ 30,05, já Petrobras PN recua R$ 0,83 de R$ 29,75. Cabe lembrar que, na segunda-feira, ocorre o vencimento de opções sobre ações e esses dois papéis concentram os exercícios.

Dando continuidade aos ganhos de ontem, Usiminas PNA apontava alta de 4,05%, para R$ 34,65. Ainda no setor, Gerdau PN subia 1,37%, a R$ 15,56.

Entre os bancos, Itaú Unibanco PN marcava valorização de 0,04%, a R$ 28,50, enquanto Banco do Brasil ON tinha acréscimo de 0,27%, para R$ 18,40. Bradesco PN perdia 0,15%, a R$ 26,31.

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Na ponta compradora, NET PN recuperava parte das perdas da quinta-feira, depois que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) julgou improcedente a cobrança de ponto adicional para TV por assinatura. Há pouco, o papel PN da operadora subia 3,14%, para R$ 15,78.

Liderando as perdas, Cosan ON perdia 9,29%, para R$ 12,88. A possibilidade de queda no preço do diesel e da gasolina pode derrubar a demanda por álcool combustível seria uma das explicações para tal movimento. Já fabricantes de papel e celulose seguem perdendo valor, seguindo recomendações de vendas feita por corretoras estrangeiras. VCP perdia 5,31%, a R$ 14,44, e Aracruz PNB caía 4,29%, a R$ 2,01.

As ações das companhias varejistas, que vinham apresentando forte valorização diante das expectativas de desoneração de eletrodomésticos de linha branca, hoje recuam diante da confirmação do corte de impostos pelo governo, com os investidores vendendo seus papéis para embolsar os lucros recentes. B2W perde 5,69%, a R$ 27,82, enquanto Renner ON recua 4,60%, a R$ 18,23.

Bolsas europeias e de Tóquio fecham em alta

A temporada de balanços corporativos garantiu hoje às bolsas europeias um novo pregão de ganhos. Empresas de tecnologia e montadoras se destacaram nas operações desta sexta-feira, assim como papéis de instituições financeiras. O FTSE-100, de Londres, aumentou 0,98%, e o Xetra-DAX, de Frankfurt, valorizou 1,46%. O CAC-40, de Paris, ganhou 1,77%.

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O índice Nikkei, da bolsa de Tóquio, terminou em alta de 1,74% nesta sexta-feira. Os negócios foram puxados por siderúrgicas depois que a Nippon Steel negociou um corte de preço menor do que o esperado no aço vendido à Toyota Motor. Apesar do avanço, o indicador ficou abaixo das máximas alcançadas em sessões passadas, marcando a primeira semana negativa desde o começo de março.

As ações da Sony e de outras empresas de tecnologia também saltaram impulsionadas pelo lucro trimestral do Google, que superou as expectativas do mercado, e por comentários da Nokia de que vê sinais de estabilização da demanda. Mas investidores mostravam cautela à espera dos resultados do Citigroup no primeiro trimestre e agarraram-se nos ganhos do iene frente ao euro para realizar lucros.

Um aumento da produção industrial chinesa em março sustentou a visão, anteriormente motivada por indicadores dos Estados Unidos, de que o ritmo de deterioração desacelerou em relação há alguns meses. Apesar disso, as ações em Xangai encerraram o pregão com queda de 1,19%. Em Hong Kong, o Hang Seng também ficou no campo positivo, ganhando 0,12%, aos 15.601,27 pontos. O Kospi, de Seul, declinou 0,58%, aos 1.329 pontos.Bovespa subiu 1,66% na quinta-feira

Ontem, a retomada das compras no fim da tarde impulsionou o Ibovespa de volta aos 46 mil pontos. Com ajuda dos estrangeiros, o índice subiu 1,66%, para 46.024 pontos, patamar não registrado desde outubro do ano passado. O giro financeiro foi elevado, passando de US$ 5 bilhões.

Em Wall Street, o Dow Jones superou a instabilidade da manhã e fechou com alta de 1,19%. Já o Nasdaq subiu 2,68%.

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