A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 1,02% nesta sexta-feira, aos 35.075 pontos. Com isso, acumulou desvalorização de 7,55% na semana. O dólar comercial recuou 0,44%, para R$ 2,261, e encerrou a semana com perda de 1,01%. O risco Brasil terminou o dia estável, em 263 pontos centesimais.
A Bovespa abriu em alta e chegou a subir 2%, mas foi derrubada pelo mau desempenho de Wall Street. O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, fechou em queda de 0,43%, aos 10.891,9 pontos, e o Nasdaq recuou 0,48%, para 2.135 pontos. Os investidores continuam evitando posições de risco por conta das incertezas com a política monetária dos Estados Unidos e seus possíveis reflexos na atividade econômica mundial. Desde o dia 10 de maio, quando o Federal Reserve (Fed) elevou o juro básico para 5% ao ano e deflagrou uma onda de turbulência nos mercados mundiais, o Ibovespa acumulou perdas de 16,44%. No ano, porém, o índice ainda contabiliza alta de 4,84%.
Nesta sexta-feira, o presidente do Fed, Ben Bernanke, fez uma palestra no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, mas não falou sobre inflação nem política monetária. Pela manhã, o Departamento de Comércio divulgou os números da balança comercial de abril. O déficit cresceu 2,5%, para US$ 63,4 bilhões, mas ficou abaixo das previsões dos analistas, de US$ 65 bilhões.
A maioria dos analistas acredita que o dólar deve continuar perdendo força em relação ao real. A previsão média dos cerca de cem agentes financeiros consultados na pesquisa semanal Focus, do Banco Central, é de que, no fim do ano, a moeda americana esteja valendo R$ 2,20.
- O máximo que pode haver são tensões momentâneas. Mas a tendência é que os recursos voltem e o dólar continue a cair - disse o gerente de câmbio da corretora Souza Barros, Marcos Forgione.
De acordo com analistas, o início da Copa do Mundo na Alemanha reduziu o volume de negócios. Nos dias 13 e 22 de junho, quando a seleção brasileira joga às 16h, o registro de operações de câmbio do mercado interbancário acontecerá até as 14h, segundo comunicado emitido pelo Banco Central.