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Mercados

Bovespa cai 3,5% em dia de tensão global

Na Grécia, policial enfrenta manifestante: gregos fizeram greve geral ontem contra plano de austeridade fiscal do governo | Louisa Gouliamaki/AFP
Na Grécia, policial enfrenta manifestante: gregos fizeram greve geral ontem contra plano de austeridade fiscal do governo (Foto: Louisa Gouliamaki/AFP)

Uma combinação rara de más notícias, com origem nas principais forças da economia mundial, assombrou os mercados na rodada de ontem. A onda de nervosismo global se precipitou a partir das bolsas asiáticas, com as perdas de 1,3% em Tóquio, de 2,3% em Hong Kong e de 4,3% em Xangai.Poucas horas depois, as bolsas europeias adicionaram mais adrenalina ao dia do mercado, registrando quedas de 3,1% em Lon­dres, de 3,3% em Frankfurt e de 4% em Paris.

No continente americano, a derrocada não foi menor: a Bolsa de Nova York cedeu 2,6%, enquanto a Bovespa amargou perdas de 3,5%, o pior tombo registrado desde o início de fevereiro.

O investidor, que se ausentou na segunda devido ao jogo do Brasil, voltou com força total: o giro ultrapassou a casa dos R$ 7 bilhões, acima da média do mês. O alvo foram as ações de empresas baseadas em commodities, como Vale (queda de 4,8%), Gerdau (3,95%) e OGX (6,89%), mas não pou­­­pou os papéis de outros setores, a exemplo dos maiores bancos brasileiros – BB, Itaú e Bradesco –, que caíram cerca de 4%.

No mercado de câmbio doméstico, o dólar comercial atingiu R$ 1,81, numa alta de 1,6%. "Foi uma conjunção muito forte de notícias ruins, com foco na China", sintetiza Raffi Dokuzian, superintendente da Banif Corretora. O desastre começou logo pela manhã, quando os mercados repercutiram uma sondagem privada, que identificou um ritmo mais lento para a economia da China a partir de abril. Num momento de crise na Europa e de recuperação claudicante nos EUA, a perspectiva de que a "locomotiva" da economia global perca ímpeto não caiu bem.

O desastre já tinha como pano de fundo a expectativa por um "teste de fogo" dos bancos europeus, que devem devolver bilhões de euros ainda nesta semana, por conta de empréstimos de emergência tomados no auge da crise. O "nocaute" dos mercado veio dos EUA, onde uma pesquisa influente mostrou uma deterioração não prevista da confiança do consumidor na economia.

Grécia

Na Grécia, 15 mil pessoas participaram ontem da sexta greve geral do país neste ano. Os manifestantes protestam contra o plano de reforma da aponsentadoria.

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