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Mercado financeiro

Bovespa cai 3,57% e tem menor patamar desde junho de 2006

Em um pregão instável, as cotações da bolsa mostraram grande volatilidade: ao longo da sessão, os papéis chegaram a alternar baixa superior a 6% e alta de quase 2% | Paulo Whitaker/Reuters
Em um pregão instável, as cotações da bolsa mostraram grande volatilidade: ao longo da sessão, os papéis chegaram a alternar baixa superior a 6% e alta de quase 2% (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou sua terceira queda consecutiva nesta quinta-feira (23). O índice Ibovespa - principal referência para o mercado nacional - apontou uma desvalorização de 3,57%, fechando aos 33.818 pontos, menor patamar da bolsa desde junho de 2006.

Em um pregão instável, as cotações da bolsa mostraram grande volatilidade: ao longo da sessão, os papéis chegaram a alternar baixa superior a 6% e alta de quase 2%. O giro financeiro ficou na casa de R$ 4,3 bilhões.

Entre as ações, as maiores baixas foram registradas pela BM&F Bovespa, pela Aracruz - que registrou perdas com o câmbio - e por bancos como Unibanco e Itaú. Todas essas ações registraram recuos entre 9% e 11%. A maior alta foi a Brasil Telecom, que registrou valorização de 7,76%.

As ações mais negociadas do mercado brasileiro voltaram a ter um dia negativo. A ação ON da Vale do Rio Doce teve queda de 3,3%, enquanto a Petrobras não foi salva nem pela alta do petróleo: o papel mais negociado da companhia registrou queda de 2,15%.

Na maior parte do dia, as flutuações do Ibovespa acompanharam as cotações da Bolsa de Nova York, que também registrou instabilidade com novos sinais de desaceleração na economia mundial. Entretanto, no fim do pregão, os indicador Dow Jones - referência para Wall Street - registrou alta de 2,02%.

Panorama interno

No cenário interno, o mercado não reagiu bem à medida anunciada pelo governo ontem, que permitiu a compra de instituições financeiras pelos bancos privados. Para Oswaldo Telles, analista da corretora Tática Asset Management, o governo injetou mais insegurança no mercado. "Não há risco sistêmico financeiro aqui que justifique essa medida" diz, Teles.

Para Alexandre Schwartsman, economista-chefe do banco Santander, a crise de escassez de crédito deve ser resolvida em algumas semanas. "Ninguém vai quebrar", disse. Para ele, é pouco provável que um sistema financeiro do porte do brasileiro, com ativos da ordem de R$ 2,9 trilhões (até junho último), tenha problemas nesse sentido.

Panorama externo

Na Europa, os mercados fecharam sem tendência indefinida nesta quinta-feira.

Em Londres, o FTSE-100 subiu 1,16%, para 4.087,83 pontos. O CAC-40, de Paris, somou 3.310,87 pontos, com elevação de 0,38%.

Na Ásia o pregão foi de perdas. O maior prejuízo foi registrado na Coréia do Sul. O principal índice de Seul, o Kospi, terminou o pregão com perdas de 7,48%, a segunda maior baixa do ano. A Bolsa de Valores de Tóquio também sofreu prejuízo de 2,46%. Em Xangai, a baixa foi de 1,07%.

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