A apreensão criada com o possível anúncio de novas medidas para evitar que os Estados Unidos caiam de novo na recessão fez os investidores encolherem as apostas na Bovespa, que fechou em baixa num dia de giro bastante fraco.
Depois de esboçar alta na primeira metade do pregão, o Ibovespa foi perdendo força, até fechar em baixa de 0,34 por cento, aos 67.862 pontos. O movimento financeiro do pregão, de 4,08 bilhões de reais, foi o menor em 4 semanas.
Para profissionais do mercado, mais do que o comportamento do índice, o que mais chamou a atenção foi o baixo apetite dos investidores por negócios, especialmente na bolsa paulista, onde a realização de lucros prevaleceu com leve margem.
"A Bovespa estava bastante esticada em relação aos mercados internacionais. Nesse momento de expectativa, a tendência é o mercado voltar um pouco", disse o economista-chefe da SulAmerica Investimentos, Newton Rosa.
Em Wall Street, o clima de suspense levou os índices para o azul, enquanto os investidores aguardam pela reunião do Federal Reserve, na terça-feira. Ao final dela, a autoridade monetária pode anunciar a volta das recompras de títulos públicos no mercado, operação conhecida como "quantitative easing".
"Esse vai ser o evento do dia amanhã", disse Rosa.
Na bolsa paulista, setores que vinham se destacando no recente rali que levou o Ibovespa à maior sequência de altas em 11 anos perderam força. No segmento varejista, Natura caiu 3 por cento para 44,25 reais. Entre as operadoras de telecomunicações, Brasil Telecom tombou 2,5 por cento, cotada a 11,09 reais.
Entre os papéis de maior liquidez, o preferencial da Petrobras cedeu 0,9 por cento, a 28,83 reais, mesmo em dia de alta nas cotações internacionais do petróleo.
Já a preferencial da Vale ganhou 0,16 por cento, a 44,15 reais. Na primeira prévia da carteira do Ibovespa que valerá de setembro a dezembro, os papéis da mineradora assumem a liderança entre os mais importantes do Ibovespa, tomando a posição hoje detida por Petrobras.
Na ponta de cima figuraram papéis de bancos, num dia movimentado do setor. Banco do Brasil ganhou 1,2 por cento, a 30,70 reais. A instituição anunciou uma parceria para entrada no capital da holding do Banco Espírito Santo que detém investimentos da companhia portuguesa no continente africano.
Bradesco, que também será sócio na parceria anunciada nesta manhã, subiu 0,6 por cento, a 32 reais. BB e Bradesco também anunciaram que a Caixa Econômica Federal será parceira de ambos na bandeira de cartões Elo e na empresa credenciadora de lojistas Cielo.
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