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Mercado

Bovespa cai mais de 4% com medo de recessão no exterior

O principal índice das ações brasileiras caía mais de 4% nesta quinta-feira, após dados sobre o setor manufatureiro aumentarem a preocupação com uma possível recessão nos Estados Unidos.

O medo de um agravamento da crise da dívida na Europa, com um contágio nos bancos norte-americanos, também trazia de volta a volatilidade vista nas primeiras semanas do mês.

Às 12h03, o Ibovespa recuava 4,35%, a 52.679 pontos, após mínima de 52.246 pontos no pior momento do dia, ou 5,13% de queda. O giro financeiro do pregão era de 2,7 bilhões de reais.

As bolsas norte-americanas despencavam cerca de 4% após o índice da atividade manufatureira do Federal Reserve de Filadélfia despencar a menos 30,7. O índice surpreendeu os investidores, que esperavam leitura positiva de 3,7, e indicou uma forte retração da atividade industrial.

Mais cedo, o banco de investimento Morgan Stanley já havia alertado para o risco "perigoso" de uma recessão nos Estados Unidos e na Europa, revisando para baixo as projeções de crescimento em 2011 e 2012.

O mercado também se preocupou com uma notícia do Wall Street Journal de que o Federal Reserve de Nova York estaria avaliando as unidades de bancos europeus nos Estados Unidos para evitar um contágio da crise europeia.

"Os números que saíram lá fora foram piores do que o esperado, mas antes da abertura os mercados já estavam em baixa", disse Marcio Cardoso, sócio-diretor da Título Corretora. "A percepção é a de que o mundo precisa crescer, mas para crescer ele precisa passar por cima de muita coisa."

Entre as ações de maior liquidez do Ibovespa, o papel preferencial da Vale despencava 5,9%, a 37,92 reais, e as ações da Petrobras tinham baixa de 4,6%, a 19,91 reais.

O Goldman Sachs reduziu o preço-alvo das recibos de ações da Vale a 38 dólares por causa da deterioração do cenário macroeconômico internacional e dos resultados da mineradora no segundo trimestre.

"No entanto, a Vale continua com recomendação de compra e dentro da nossa lista de ações preferidas de recursos naturais na América Latina", escreveram os analistas Diogo Mura e Marcelo Aguiar, em relatório.

Petrobras também foi alvo, com o Barclays reduzindo o preço-alvo do recibo de ações ordinárias da estatal a 43 dólares. Apesar da estimativa menor, os analistas atribuem recomendação "overweight" (acima da média do mercado) por conta do cenário positivo para a produção.

No Brasil, os investidores estrangeiros mantiveram a forte posição vendida em contratos futuros de Ibovespa após a rolagem de quarta-feira, em pouco mais de 100 mil contratos.

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