O principal índice da Bovespa chegou a despencar quase 6% no começo do pregão desta segunda-feira e voltava aos seus menores níveis de abril de 2009, contaminado pela forte aversão a risco global e com o quadro político doméstico instável reforçando o viés negativo. Perto do meio-dia, a queda ficou menos acentuada, de 3,8% às 12h30.
Na China, as bolsas de Xangai e Shenzhen desabaram mais de 8% cada nesta sessão, reforçando o quadro de preocupações com a segunda maior economia do mundo, que vem afetando o apetite por ativos de risco.
O receio é que os problemas da economia chinesa vão além da queda das bolsas, com uma desaceleração mais forte do que admite o governo chinês. Índices recentes mostram que a produção industrial do país asiático desacelerou, com impacto forte sobre o preço das commodities, o que afeta diretamente o Brasil.
China
Nas bolsas chinesas, Xangai liderou as perdas. O índice composto da Bolsa chinesa caiu 8,49%, a 3.209,91 pontos, depois de perder 9% durante a sessão, que recebeu o apelido de “Segunda-feira Negra”. A Bolsa de Shenzhen, a segunda maior da China, registrou queda de 7,70%, a 1.882,46 pontos.
A desconfiança sobre o país também aumentou após o Banco Central chinês ter flexibilizado a cotação da moeda no dia 11 de forma que o yuan se tornasse mais suscetível às variações de mercado.
Naquele dia, a taxa de referência para a variação do preço da moeda foi desvalorizada em 2%, o que significou uma desvalorização de fato de 1,81% do yuan. Foi a maior depreciação da moeda desde o fim do câmbio fixo, em 2005. Ela foi seguida por mais dois dias de quedas.
Apesar de o governo chinês classificar a desvalorização como pontual, o mercado levantou a suspeita de que ela duraria mais tempo, e indicava uma forte preocupação com a desaceleração da economia do país -um yuan mais fraco tende a tornar os produtos do país mais baratos para o resto do mundo e, consequentemente, a aumentar as exportações.